O presidente do Comité de Candidatura de Marrocos ao Mundial 2026 de futebol disse esta terça-feira que quer “mobilizar o país inteiro” para um projeto de “dimensão africana” e apresentar uma campanha “séria”.

“Esta é uma candidatura séria. (…) Vamos usar toda a nossa energia, o nosso registo é e será irrepreensível. Alguns dizem que estamos a ficar para trás, mas somos capazes de uma ‘remontada'”, prommeteu Moulay Hafid Elalamy, que coordena a candidatura marroquina, que se opõe a uma conjunta de Estados Unidos, Canadá e México.

Na conferência de imprensa, esteve também presente o presidente da Federação Marroquina de Futebol (FRMF), Faouzi Lejkaa, que destacou o projeto como sendo “para todo o continente africano”, que apenas recebeu o Campeonato do Mundo em 2010, na África do Sul.

A candidatura norte-americana é vista como favorita para conseguir a organização em 2026, a poucos meses da nomeação, marcada para 13 de junho, altura em que é conhecido o resultado da votação das 211 federações que compõem a FIFA, a primeira vez que o processo decorre neste formato.

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É a terceira vez que Marrocos se candidata a receber um Campeonato do Mundo, depois de 1998 e 2010, sendo que ambas as tentativas foram acusadas de envolverem subornos, na investigação a decorrer pelo Departamento da Justiça norte-americano ao escândalo de corrupção da FIFA.

O presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF), Ahmad Ahmad, apoia a candidatura marroquina ao mundial de 48 equipas e pediu “um apoio sólido e massivo” das restantes federações africanas.

Em 12 de janeiro, a candidatura anunciou ter contratado a empresa de consultadoria estratégica VERO, que trabalhou na campanha que levou à atribuição do Mundial 2022 ao Qatar, e dos Jogos Olímpicos de 2024 a Paris.

“De 1930 a 2030, são 100 anos, e o continente africano organizou o Mundial apenas uma vez, não pode continuar à margem”, referiu Lejkaa, depois de revelado o logótipo de candidatura e os mandatários, os antigos futebolistas Samuel Eto’o (Camarões) e Didier Drogba (Costa do Marfim).

Elalamy afastou ainda questões de direitos humanos, dizendo que a candidatura “não vai refazer o mundo”, e que Marrocos é “um dos países mais seguros do mundo, ao contrário de um dos concorrentes”, referindo-se ao México, e apontou os progressos feitos no que toca aos direitos das mulheres e da família.

O comité destacou ainda as infraestruturas criadas para a candidatura, mas recusou-se a revelar valores investidos na campanha.