Os resultados foram recolhidos pelo Rhodium Group e não são abonatórios para a indústria automóvel e dos transportes, nos Estados Unidos da América (EUA): o sector dos transportes voltou a ser, pelo segundo ano consecutivo, o que mais contribuiu para as emissões de dióxido de carbono para a atmosfera.

O site americano Vox explica que o facto de o número de quilómetros feitos por automóveis e camiões, nos EUA, ter aumentado 1,3%, em 2017, terá contribuído significativamente para os resultados agora divulgados. Algo que nem mesmo um novo recorde, em termos de vendas de veículos eléctricos, foi suficiente para contrabalançar.

Por outro lado, a queda dos preços dos combustíveis, que actualmente estão num patamar invulgarmente baixo nos EUA, terá também contribuído para que os americanos tenham enveredado pela compra de mais SUV grandes e pickups. Muitos deles, veículos com elevados níveis de emissões.

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Pelo contrário, de acordo com o Rhodium Group, no ano passado, a emissão de gases responsáveis pelo efeito de estufa, provenientes do sector energético, caiu 1%. Valor que, não deixando de ser significativo, fica ainda muito distante daquilo que seria necessário para que os EUA pudessem aproximar-se das metas fixadas pelo Acordo de Paris para as alterações climáticas.

Recorde-se que, ao subscrever o referido acordo, os EUA estavam obrigados a cortar as suas emissões de 26 para 28%, face aos números de 2005, até 2025. Mas, para que estes objectivos pudessem ser alcançados, seria preciso que os níveis de emissões de gases de dióxido de carbono caíssem entre 1,7 e 2%/ano, durante os próximos oito anos. Algo que, neste momento, parece difícil de acontecer…

Em Junho último, o actual presidente dos EUA, Donald Trump, decidiu anunciar que o país se retirava do Acordo de Paris. Algo que, segundo o Artigo 28 do documento, não é possível fazer, pelo menos, até 4 de Novembro de 2020. Talvez por esta limitação, Trump tenha voltado há dias ao tema, para anunciar que os EUA “admitiam” poder voltar a fazer parte do Acordo.