O porta-voz da Comissão Provincial de Eleições (CPE) de Nampula, Bernardino Luís, classificou a votação autárquica intercalar de quarta-feira como exemplar, apesar das críticas feitas por organizações que acompanharam o processo.

“Podemos nos considerar orgulhosos. É uma eleição exemplar”, referiu aquele responsável em declarações à Rádio Moçambique em Nampula, maior cidade depois da capital e subúrbios (Maputo e Matola), localizada a norte do país. Bernardino Luís realçou “a maneira ordeira como a população conduziu o processo e como os partidos acataram as mensagens” da CPE para que a votação decorresse de forma serena, assim com a contagem. Às 7h (5h em Lisboa) faltava apurar cerca de um quarto das 401 mesas de voto e previa-se uma elevada abstenção.

O Centro de Integridade Pública (CIP), uma das organizações não-governamentais moçambicanas que acompanhou o escrutínio, considerou na quarta-feira que “a organização da eleição foi de baixa qualidade”, apontando como uma das principais falhas a abertura tardia de 47% das mesas de voto.

Diversos pequenos incidentes foram reportados e um relatório do programa Votar Moçambique, que integra o CIP e outras organizações, concluiu que “alguns casos são preocupantes e podiam ser evitados com uma organização atempada”.

As falhas nos cadernos eleitorais foram “uma nota dominante”, acrescentou o documento, que notou ainda o facto de “alguns escrutinadores apresentarem dificuldades de leitura”. A votação intercalar decorreu cerca de nove meses antes das eleições autárquicas em todo o país, agendadas para 15 de outubro. No escrutínio de quarta-feira houve 296.590 eleitores inscritos e cinco candidatos nos boletins de votos.

Aos três partidos com assento parlamentar, Frelimo, Renamo e MDM, juntaram-se o movimento Amusi e o Partido Humanista para tentar suceder a Mahamudo Amurane, presidente do município morto a tiro à porta de casa a 4 de outubro.

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