Um grupo de estudantes angolanos convocou para esta sexta-feira, em Luanda, uma marcha contra a “gasosa” escolar, denunciando essas cobranças ilegais durante o período de inscrições e matrículas, e pedindo “punição aos infratores”.

Em declarações à Lusa, o porta-voz da organização da marcha, que se intitula como de repúdio à “gasosa escolar”, explicou que a mesma surge na sequência do descontentamento de estudantes e encarregados de educação sobre a “disseminação do fenómeno gasosa nas escolas”, em que muitos são obrigados a fazer pagamentos por exemplo para terem vaga no ano escolar.

“Para que possamos chamar a atenção aos encarregados, alunos e em especial às direções das escolas, para que não possam pactuar na questão da gasosa, para transição de classe ou acesso às matrículas que tem sido uma das questões muito desastrosas a nível do sistema de ensino”, afirmou Donito Carlos.

A informação sobre a realização desta marcha deu entrada no governo provincial de Luanda na segunda-feira e, de acordo com a organização, não houve qualquer pronunciamento daquele órgão até quinta-feira, pelo que se mantém a convocatória, apesar de informações colocadas a circular, nos últimos dias, sobre o seu cancelamento. “A manifestação mantém-se e nós vamos lá estar na sexta-feira”, disse à Lusa, na quinta-feira, o porta-voz da organização, Donito Carlos.

Acusam “grande parte dos institutos médios de Luanda” e “várias escolas de ensino geral”, de realizarem “cobranças ilegais”, apesar de os diretores das escolas negarem as acusações. Segundo o estudante, a marcha está convocada para as 12h00 (11h00 em Lisboa) de sexta-feira e deve juntar estudantes de vários níveis de ensino, encarregados de educação e membros da sociedade civil.

“Deveremos concentrar-nos no largo do cemitério da Santa Ana e daí marcharmos com palavras de ordem até à sede da direção de Educação de Luanda, onde vamos ler o manifesto desta marcha de repúdio”, adiantou. O ano letivo 2018 em Angola arranca na primeira semana de fevereiro e deve estender-se até 15 de dezembro, envolvendo cerca de 10 milhões de estudantes no ensino geral.

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