O Governo espanhol decidiu declarar “persona non grata” o embaixador da Venezuela em Madrid, em “estrita aplicação do principio de reciprocidade, depois de o regime de Nicolás Maduro ter feito o mesmo com o embaixador espanhol.

Madrid “lamenta a decisão” adotada na quinta-feira pela Venezuela de expulsar o embaixador de Espanha nesse país, mas “perante medidas desta dimensão” teve de responder “de forma proporcional”, disse o ministro porta-voz do executivo, Íñigo Méndez de Vigo, em conferência de imprensa.

Segundo este responsável, a Espanha deseja manter com a Venezuela “relações de respeito, amizade e cooperação”, mas as decisões adotadas pelo Governo de Nicolás Maduro “tornam difícil que isso se verifique”.

A Venezuela declarou na quinta-feira ‘persona non grata’ o embaixador espanhol em Caracas, referindo que o seu país cometeu “agressões contínuas” contra o Governo do socialista do Presidente venezuelano, Nicolas Maduro.

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“A Venezuela informa a comunidade internacional de que decidiu declarar ‘persona non grata’ o embaixador do Reino da Espanha na Venezuela (…) em virtude da contínua agressão e repetidos atos de interferência nos assuntos internos do nosso país”, segundo uma declaração do Ministério dos Negócios Estrangeiros venezuelano.

Na quarta-feira, o Governo venezuelano havia chamado o seu embaixador em Madrid, após as sanções adotadas pela União Europeia contra sete altos funcionários venezuelanos, nomeadamente o congelamento de ativos e a proibição de vistos para a UE.

Caracas acusa o chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, de ser um dos principais responsáveis por essas medidas.

As relações entre Espanha e Venezuela estão tensas desde a eleição do Presidente Hugo Chávez (1999-2013), que morreu em 2013, tendo subido ao poder posteriormente o seu afilhado político Nicolás Maduro.

Em dezembro, a Venezuela teve a mesma atitude em relação aos embaixadores do Brasil e Canadá, que posteriormente tomaram medidas idênticas em relação os embaixadores venezuelanos nos seus respetivos países.

A União Europeia já condenou, hoje, “firmemente” a decisão das autoridades venezuelanas de declarar ‘persona non grata’ o embaixador espanhol e instou Caracas a revertê-la, para manter os canais diplomáticos abertos.