O embaixador da Polónia em Israel foi este domingo convocado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita para dar explicações sobre o projeto de lei que proíbe a menção a crimes realizados pela “nação polaca” durante o Holocausto, disseram fontes oficiais.

Devido à ausência do embaixador, participou na reunião de hoje de manhã, Piotr Kolowski, o diplomata que ocupa a segunda posição na Embaixada da Polónia em Israel e que se encontrou com o diretor-geral-adjunto da Divisão Europeia dos Negócios Estrangeiros e chefe da Divisão para a Diáspora israelita, confirmou à agência noticiosa Efe um porta-voz do ministério isrealita.

Os representantes israelitas transmitiram ao diplomata polaco “o mal-estar pelo projeto de lei” e, também pelo momento escolhido para esta legislação ser aprovada.

Para as autoridades israelitas, o momento encontrado foi “particularmente inesperado e infeliz”, pois coincidiu com as vésperas do Dia Internacional do Holocausto (sábado).

Esta legislação “não ajudará” a divulgar a verdade histórica e “pode prejudicar” a liberdade de investigação e o legado da Segunda Guerra Mundial, lamentaram as autoridades israelitas.

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Os israelitas esperam que o Governo polaco “altere a redação da lei” antes da sua aprovação final e “inicie o diálogo” com Israel sobre o assunto.

O primeiro-ministro israelita, Benjamín Netanyahu, condenou no sábado este projeto de lei e disse que a “história não pode mudar e o Holocausto não deve ser negado”.

O presidente da Conferência de Rabinos Europeus, Pinchas Goldschmidt, condenou também o projeto de lei e pediu à Polónia para iniciar o diálogo e que crie uma Comissão de Verdade e Justiça para ver, de uma vez, qual foi a conduta dos cidadãos, informou hoje a emissora israelita Kan.