Orlando Figueira, o procurador que está a ser julgado por suspeitas de ter sido corrompido pelo antigo vice-presidente angolano Manuel Vicente, foi desmentido esta segunda-feira pelo banqueiro angolano Carlos Silva. “Esta tentativa recente e oportunista de adulterar a realidade assenta em insinuações falsas”, escreveu o banqueiro em comunicado, referindo-se às declarações de Figueira em tribunal, que afirmou nunca ter conhecido Manuel Vicente, mas ter sido sim contratado para trabalhar em Angola por Carlos Silva, através do advogado Proença de Carvalho.

O banqueiro, que admitiu diversos encontros com o então procurador do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) quando testemunhou na fase de inquérito da Operação Fizz — inclusivé um almoço no Hotel Ritz após Silva ter sido inquirido pelo procurador Rosário Teixeira num outro inquérito –, desmente, contudo, as acusações que lhe foram dirigidas por Orlando Figueira durante o seu testemunho. “Quero reiterar que, para além do que relatei no meu depoimento, não tive nenhum outro contacto, pessoal, telefónico ou por outra via com este senhor, nem muito menos lhe fiz qualquer convite de trabalho.

O encontro no Ritz e o empréstimo por causa do divórcio. As três justificações do procurador em tribunal

Como exemplo do “grau de fantasia” da argumentação de Figueira, o banqueiro afirma que os detalhes do “suposto encontro num hotel no centro de Luanda” que Figueira garante ter acontecido entre os dois revelam as falhas da história do antigo procurador, já que descreve Carlos Silva “como envergando uma indumentária que, quem me conhece, sabe que jamais utilizaria num local deste tipo”, escreve o banqueiro. “Embora sejam evidentes os motivos que levam o ex-procurador a enveredar nesta fase por esta estratégia, não posso deixar, desde já, de vir publicamente repor a verdade”, termina o comunicado.

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