O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) avalia esta segunda-feira o ‘mea-culpa’ da TAP, que assumiu o “equívoco” no incumprimento do acordado em voos com os A330-300 e informou que haverá negociação do acordo de empresa.

O SNPVAC está reunido em assembleia-geral (AG) e avalia a carta enviada no domingo ao pessoal de cabine, que apresentou quatro pré-avisos de greve, pelo ainda presidente executivo da TAP, Fernando Pinto. Na carta iniciada por “caros tripulantes”, Fernando Pinto informa acerca das reuniões com a direção do sindicato e “fruto dessas explicações”, a TAP chegou à “conclusão de que, de facto, houve incumprimento quanto ao Acordo de Operação do A330-300”.

“Assim sendo, acordámos que se deverá dar início ao cumprimento dos procedimentos que não estavam a ser seguidos”, lê-se na missiva de Fernando Pinto, que acrescenta o convite ao sindicato para acompanhar a implementação das medidas e a garantir de “reuniões quinzenais para debater todas as temáticas que envolvam o PNC (Pessoal Navegante de Cabine)”.

Os encontros tidos serviram já para “encetar conversações quanto a outros pontos pendentes, já em conjunto apreciados, e que deverão ser submetidos a AG do SNPVAC”, cujo início estava previsto para as 11h deste dia.

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“Ficou também acordado o envio, por parte da direção do SNPVAC, de uma agenda de negociação da proposta de novo Acordo de Empresa”, acrescenta o presidente executivo, que termina funções na quarta-feira. “Em nome da TAP e, em meu nome pessoal, só posso lamentar o referido equívoco”, afirmou, saudando o “início de diálogo”.

No passado dia 19, os tripulantes de cabine da TAP anunciaram uma greve entre 9 e 11 de fevereiro e paralisações parciais em março, por estarem esgotadas “todas as possibilidades” para um consenso com o Governo e com a companhia. Na reunião magna extraordinária ficou decidido que a direção apresente “mensalmente um pré-aviso de greve até três dias, caso a TAP Air Portugal continue a manter a mesma postura intransigente e de má-fé”.

Foram ainda aprovadas paralisações a iniciar no dia 28 de março. Uma diz respeito a “todos os serviços de voo a realizar nos equipamentos A330-300 até ao integral cumprimento do “Protocolo operação equipamentos A330-300”, que se relaciona com condições e horários de trabalho.

Outra paralisação será em “voos de médio curso, sempre que a hora de despertar (hora local) ou a apresentação, fora da base, se incluir no período crítico do ritmo circadiano (ciclo metabólico diário), e o tripulante efetuar um tempo máximo de período de serviço de voo superior a seis horas”.

A terceira greve, a partir de 28 de março, diz respeito a “serviços de voo de longo curso, operados em equipamento NB e nos voos de médio curso equivalentes (‘Block time’ igual ou superior a 3h30 em qualquer dos percursos) em regime de ida e volta e que incluam no todo ou em parte o período crítico circadiano (2h00 – 6h00), que sejam planeados para além do 4.º dia de utilização após o último período de folga”.