O escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho é o vencedor da 8.ª edição do prémio BCI de literatura com a obra “Ponta Gea”, que combina as memórias de infância do autor com ficção, anunciou o júri do concurso. “A abundância das descrições no enredo produz o efeito poético e concorre, por isso, para a singularidade da obra, do ponto de vista estético”, justificou na terça-feira o júri, presidido pelo escritor e jurista Jorge Oliveira.

Em 348 páginas, João Paulo Borges Coelho narra os seus tempos de menino na cidade da Beira, no bairro Ponta Gea, pontuados com a imaginação permitida pela ficção, para sintetizar a ideia de que, na infância, a realidade surge fantasiada. “Também concorre para a afirmação do estilo do autor, escrita limpa, corrida e que se tornou, indiscutivelmente, marca nas suas obras”, acrescentou o Júri.

O escritor arrecada um prémio no valor de 200 mil meticais no concurso que já venceu em 2010 com o livro “O Olho de Hertzog”.

João Paulo Borges Coelho nasceu no Porto, em 1955, mas obteve nacionalidade moçambicana. Historiador, é professor catedrático de História Contemporânea de Moçambique e da África Austral, na Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, e professor convidado no Mestrado em História de África da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Tem-se dedicado à investigação das guerras colonial e civil em Moçambique, tendo publicado artigos científicos em Moçambique, Portugal, Reino Unido, Espanha e Canadá. “Ponta Gea”, publicado em novembro, é o 11º romance do escritor.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR