A Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM) vai iniciar este ano a publicação das Obras Completas de Mário Soares e, celebrando os 250 anos da instituição, editará um livro sobre a sua própria história, foi hoje anunciado.

Este ano serão publicados os dois primeiros volumes das Obras Completas de Mário Soares (1924-2017), um projeto que será liderado por uma Comissão Editorial, dirigida por José Manuel dos Santos, que foi assessor do ex-Presidente da República.

Os 250 anos da Imprensa Nacional, que serão completados no próximo dia 24 de dezembro, serão o mote para diferentes iniciativas levadas a cabo pela INCM, nomeadamente a publicação de “História da Imprensa Nacional — 250 Anos”, no final do ano, que abordará a atividade desde a fundação, por alvará do rei D. José, com o nome de Impressão Régia.

A fusão da Imprensa Nacional, herdeira da Imprensa Régia, com a Casa da Moeda, aconteceu em 1972.

Entre os projetos editoriais previstos para este ano, está o lançamento da coleção “Biblioteca José-Augusto França”, uma seleção de obras, a cargo do próprio autor, a publicar em 16 volumes.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Este ano serão editados quatro títulos desta coleção, o romance “Natureza Morta”, que incluirá “Três Pequenos Contos de África”, “D. Júlia” e “O Retornado”, “Charles Chaplin, o ‘Self Made Myth'”, incluindo “Hitchcock Há 100 Anos”, e ainda “Amadeo de Souza-Cardoso, o ‘Português à Força'”, que inclui “Almada Negreiros, o ‘Português sem Mestre'”, “Vieira da Silva” e “Vieira da Silva para depois)”, e, finalmente, “Lisboa Pombalina e o Iluminismo”, que incluirá “Lisboa Pombalina e a Estética do Iluminismo”.

No âmbito da História de Arte será publicada uma edição revista d'”A Paleta e o Mundo”, de Mário Dionísio (1916-1993), numa parceria entre INCM e o Centro Mário Dionísio.

A obra de Vitorino Nemésio (1901-1978), “um escritor importante que não tem tido a atenção merecida”, refere a INCM, será editada em 16 volumes, numa parceria com a editora açoriana Companhia das Ilhas, coordenada por Luiz Fagundes Duarte, professor no Departamento de Estudos Portugueses da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

De Vitorino Nemésio, que se tornou célebre pelo seu programa televisivo “Se Bem me Lembro…”, será editado, em abril, “Poesia (1916-1940)”, “Amor de Nunca Mais” e “Paço do Milhafre”, num só volume, a sair em junho, “Ondas Médias” e “O Segredo de Outro Preto”, também num só volume, em setembro, e os ensaios “Sob os Signos de Agora”, “Conhecimento da Poesia” e “Elogio Histórico de Júlio Dantas”, também num volume, que chega aos escaparates das livrarias em novembro.

A INCM vai publicar o Teatro Completo de Natália Correia (1923-1993), incluindo alguns inéditos, uma edição coordenada pelo dramaturgo e professor na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa Armando do Nascimento.

Do plano editorial está prevista a publicação de dois volumes de crónicas da coleção “Biblioteca Eduardo Prado Coelho”, numa edição crítica de Margarida Lages.

Na série Ensaios da coleção “Pessoana”, o plano da INCM prevê a edição de dois estudos, um de Luiz Fagundes Duarte, dedicado aos trabalhos de fixação do texto da obra de Fernando Pessoa, “Do Caos Redivivo. Ensaios de Crítica Textual sobre Fernando Pessoa”, e outro sobre o heterónimo Ricardo Reis, de Nuno Amado, professor no Instituto Superior de Educação e Ciências.

Depois da edição, no ano passado, das “Poesias Eróticas” de Bocage, este ano serão publicados “Sonetos, Cantatas e Sátiras e Traduções e Elogios”, encerrando-se a publicação da obra completa do poeta que fez parte do grupo literário Arcádia Lusitana, com o pseudónimo Elmano Sadino. A coordenação da edição da Obra Completa de Barbosa du Bocage (1795-1805) é do investigador bocagiano Daniel Pires.

Ainda na área da poesia em Língua Portuguesa, na coleção “Plural”, está previsto a edição de “Retábulo das Matérias”, de Miguel Tamen, que reunirá a obra completa do poeta, a sair neste primeiro trimestre, “Aula de Natação”, de Alice Sant’Anna, também no primeiro trimestre, e ainda “Desdizer”, de António Carlos Secchin, e “Alexandrina, Como Era”, de J. H. Santos Barros.

Na área do design, a coleção D, dirigida por Jorge Silva, que apresentará um novo formato e design gráfico, depois de doze títulos editados, sairão um livro sobre Dorindo de Carvalho, em abril, e outro sobre Euardo Aires, no final do ano.

Na fotografia, área cuja publicação foi iniciada no ano passado, a coleção “PH”, com Jorge Molder, “outros dois importantes nomes da fotografia em Portugal surgirão em 2018, mas ainda sob reserva”, segundo a INCM. Esta coleção é dirigida pelo fotógrafo Cláudio Garrudo.

A INCM prosseguirá as edições críticas das obras de quatro clássicos portugueses, nomeadamente Fernando Pessoa, Camilo Castelo Branco, Almeida Garrett e Eça de Queirós, assim como os clássicos gregos, com as “Comédias”, de Aristófanes e, de Aristóteles, a “Ética a Eudemo”, a “Geração dos Animais” e uma nova edição de “Retórica”.

Também serão publicadas as obras vencedoras, no ano passado, dos prémios patrocinados pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda, o INCM/Vasco Graça Moura, que distinguiu tradutores, e foi entregue a João Pedro do Carmo Rosa Mendes Ferrão, por “Rimas”, de Michelangelo Buonarroti, e o INCM/Eugénio Lisboa que distinguiu a obra “Gente Grave”, do moçambicano Pedro Pereira Lopes.

Este ano a INCM anunciou a criação do Prémio INCM/Arnaldo França, destinado a autores nascido em Cabo Verde.