Paulo Rangel, eurodeputado social-democrata e vice-presidente do Partido Popular Europeu (PPE), considera que “não faz sentido” levar o caso que envolve Mário Centeno ao Parlamento Europeu. “É uma tempestade num copo de água”, critica.

O eurodeputado contraria assim a posição assumida pelo PPE, que pediu um debate sobre as alegações contra o ministro das Finanças português e presidente do Eurogrupo. Em causa estão as suspeitas que recaem sobre Mário Centeno por recebimento indevido de vantagem, depois de o ministro das Finanças ter pedido bilhetes para assistir a um jogo no Estádio da Luz, entre Benfica e FC Porto.

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Para Paulo Rangel, no entanto, as pretensões do PPE “não têm sentido”. “Se a questão, tal como foi apresentada pela imprensa portuguesa, não tem qualquer cabimento no espaço nacional, ainda tem menos cabimento no espaço europeu. Não tem sentido algum. É uma questão extemporânea que só pode ter efeitos negativos”, defendeu, em declarações à TSF.

Também Carlos Zorrinho, eurodeputado socialista, considerou a questão “extemporânea” e “absurda”. “Fiquei muito surpreendido, considero aliás uma proposta absurda. É extemporânea, não há nenhum processo em curso contra o ministro das Finanças. E o Parlamento Europeu não é o sítio adequado para qualquer discussão [dessa natureza]. A intenção era denegrir a imagem de um país que tem tido um enorme sucesso económico com uma receita que não é a do PPE”, afirmou o socialista, em declarações à mesma TSF.

Antes de o assunto ser levado a plenário, os líderes dos partidos do Parlamento Europeu reúnem-se esta quinta-feira para discutir o pedido do PPE. Caso exista maioria, o pedido será aceite e as alegações contra o ministro das Finanças português e presidente do Eurogrupo podem mesmo a ser debatidas em plenário.

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