O primeiro-ministro, António Costa, considerou esta quarta-feira, em Bruxelas, que o alegado “caso” em torno do ministro das Finanças, Mário Centeno, é “um assunto que está encerrado”, mesmo a nível europeu, onde só por “má informação” suscitou curiosidade.

Em declarações aos jornalistas, após intervir na sessão plenária do Comité das Regiões, o chefe de Governo negou que tenha sido abordado sobre o assunto durante a visita de quarta-feira a diversas instituições europeias, em Bruxelas, comentando que “isso é um caso que está felizmente encerrado”, até por quem na véspera admitia pedir esclarecimentos sobre “as alegações” relativas ao presidente do Eurogrupo.

“Não, acho que é um assunto que está encerrado. Como sabe, só por má informação o PPE tinha ontem [terça-feira] pedido que o tema fosse debatido e, quando foi esclarecido da irrelevância do tema, tomou ele próprio a iniciativa de o retirar. Não é assunto”, sustentou.

António Costa referia-se à pretensão expressa na terça-feira pelo presidente do Partido Popular Europeu (PPE), Manfred Weber, de sugerir à conferência de presidentes da assembleia (que reúne os líderes das diversas famílias políticas) o agendamento para a sessão plenária do Parlamento Europeu da próxima semana de um debate sobre as “alegações contra o presidente do Eurogrupo”.

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A iniciativa foi prontamente condenada pelo PSD e CDS-PP, que pertencem ao PPE, tendo esta quarta-feira o líder dos sociais-democratas e vice-presidente do PPE, Paulo Rangel, considerando “impertinente” explorar um “não assunto” e vaticinado que a iniciativa, já “esvaziada”, nem será levada à conferência de presidentes agendada para quinta-feira.

Na passada segunda-feira, António Costa já manifestara total confiança no ministro das Finanças, sublinhando que Mário Centeno “não sairá do Governo em circunstância alguma” relacionada com investigações sobre alegados benefícios em troca de bilhetes de jogos de futebol.

O primeiro-ministro disse que esta quarta-feira teve oportunidade de “falar das questões do futuro da Europa, quer com o presidente (do Conselho, Donald) Tusk, quer no jantar agora com o presidente (da Comissão Europeia, Jean-Claude) Juncker”, assim como no plenário do Comité das Regiões, além da cerimónia de homenagem a Mário Soares, que considerou “um momento muito emotivo”.