A série norte-americana “House of Cards” vai ser retomada para a sexta e última temporada, depois de ter sido suspensa em novembro na sequência de acusações de assédio sexual ao protagonista, o ator Kevin Spacey, foi anunciado esta quarta-feira.

O anúncio foi feito pela plataforma de ‘streaming’ Netflix, através de um comunicado que é citado por vários órgãos de comunicação social norte-americanos. A sexta e última temporada da série terá seis episódios, protagonizados pela atriz Robin Wright, que nas temporadas anteriores interpretava o papel de mulher de Frank Underwood, a personagem de Kevin Spacey.

Diane Lane e Greg Kinnear irão juntar-se ao elenco, do qual fazem parte, entre outros, Michael Kelly, Jayne Atkinson, Patricia Clarkson e Boris McGiver.

Depois de a produção da série ter sido suspensa, a Netflix e o estúdio Media Rights Capital anunciaram que cortariam relações com Kevin Spacey, tendo ainda a plataforma tornado público o cancelamento do filme sobre o escritor norte-americano Gore Vidal, autor de obras como “Lincoln” ou “Império”, que seria protagonizado pelo ator.

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A primeira denúncia em relação a Kevin Spacey foi feita no final de outubro do ano passado, quando o ator Anthony Rapp acusou Spacey de o ter assediado sexualmente numa festa em 1986, quando tinham, respetivamente, 14 anos e 26 anos.

Na sequência da acusação, Spacey assumiu a sua homossexualidade e garantiu que não se recordava do episódio relatado, apesar de ter dito que, se realmente aconteceu, devia “sinceras desculpas” a Rapp pelo seu comportamento.

Depois disso, oito atuais e antigos funcionários de “House of Cards” acusaram Spacey de ter tornado tóxico o ambiente da produção da série, por causa do assédio sexual.

Também no final do ano passado, o teatro Old Vic, em Londres, reuniu testemunhos de 20 pessoas sobre o alegado “comportamento inapropriado” do ator norte-americano, que entre 2004 e 2015 foi diretor artístico daquela estrutura.

A instituição garantiu que, durante o mandato de Kevin Spacey, “não foram feitas queixas formais ou ocorreram disputas legais, nem foram firmados acordos ou feitos e autorizados pagamentos ao ator”.

Segundo o The Guardian, o The Old Vic considerou 14 das alegações tão sérias que aconselhou os queixosos a levarem o assunto às autoridades policiais.

O teatro não revelou detalhes dos alegados incidentes, exceto para garantir que nenhuma das pessoas ouvidas é menor de idade.