O Exército Português vai, a partir de 2019, começar a usar de forma gradual um novo fardamento, armamento, equipamentos de comunicação e sistemas de informação, anunciou esta sexta-feira o chefe da Divisão de Planeamento de Forças do Estado-Maior do Exército.

O coronel Tirocinado João Boga Ribeiro explicou que este Programa “Sistemas de Combate ao Soldado”, apresentado esta sexta-feira em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, visa dotar o militar com todos os equipamentos de combate utilizados de forma integrada e incremental.

O programa é composto por três áreas: a letalidade, que inclui o armamento ligeiro, os sensores e auxiliares de pontaria; a sobrevivência, que abrange o fardamento, sistemas de carga e os equipamentos de proteção; e o C4I, que compreende os sistemas de comando, controlo, comunicações, computadores e informação, explicou.

“Com este investimento no soldado será mais fácil o cumprimento da sua missão e a interligação com outros parceiros e aliados”, referiu.

Quanto ao novo fardamento, que ainda está em desenvolvimento, o coronel salientou que aquele para utilizar no dia-a-dia tem o mesmo padrão, desenho e ergonomia, diferindo no tecido que é mais leve e barato.

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Já o uniforme de combate, a roupa interior e o conjunto impermeável é feito de novos materiais, agora mais leves, e tem um novo padrão de camuflagem, é mais resistente e respirável, sustentou.

O novo padrão de camuflagem é compatível com a maioria dos ambientes operacionais onde Portugal tem empenhado as suas forças militares, adiantou o chefe de Divisão de Planeamento de Forças.

O fator que motivou esta alteração foi o início das projeções das forças nacionais nas operações de apoio à paz, sustentou.

Quanto ao investimento, o coronel revelou que o fardamento é financiado através do orçamento do Exercito Português e o armamento ligeiro é garantido através da Lei de Programação Militar.

Responsável pelo desenvolvimento do fardamento e sistemas de carga, Gilda Santos, do Centro Tecnológico da indústria Têxtil e do Vestuário (CITEVE) em Portugal, avançou que os uniformes são “completamente diferentes” porque são mais ergonómicos e funcionais e estão em consonância com todo o sistema de carga que o militar tem de carregar em qualquer teatro de operações.

Além disso, acrescentou, foram eliminados bolsos que não tinham qualquer utilidade e introduzidos outros novos com localizações mais adequadas para permitir ao militar acesso rápido e fácil e o tecido é diferente, mais resistente e respirável.

“Desenvolvemos fardamento e sistemas de cargas que dão maior proteção ao soldado”, vincou.

Gilda Santos revelou que todo este trabalho está a ser feito com empresas portuguesas.

Quanto ao equipamento de proteção, desde capacete balístico, cotoveleiras, colete balístico e joelheiras, sob a responsabilidade do consórcio AuxDefense, Raul Fangueiro, afirmou que a preocupação foi desenvolver soluções mais leves e que garantam conforto térmico e fisiológico em teatro de operações, utilizando materiais e soluções avançadas recorrendo a tecnologias desenvolvidas recentemente.

“Estes equipamentos são mais leves, mas garantem a mesma proteção balística”, ressalvou.

Ainda em fase de desenvolvimento, Raul Fangueiro referiu que falta terminar a otimização em função da utilização por parte dos militares.

O chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, garantiu que o exercito está disponível, na sequência de outras missões e iniciativas em curso, para, se necessário, reforçar as verbas de investigação e desenvolvimento e continuar com mais parcerias.