A oposição venezuelana acusou o Serviço Bolivariano de Inteligência (SEBIN, serviços secretos) de ter detido o ativista octogenário Enrique Aristeguieta Gramcko, que em 2016 pediu uma investigação parlamentar para avaliar se o Presidente Nicolás Maduro tinha também nacionalidade colombiana.

“Agora foi o Enrique Aristiguieta que levaram sequestrado desde a sua casa. Foi levado esta madrugada e sem dar motivos judiciais do porquê”, denunciou o deputado opositor Richard Blanco na sua conta do Twitter.

O deputado aproveitou para sublinhar que se tratava de um “sequestro”, considerando que “um regime que atropela os direitos humanos é uma ditadura”.

Por outro lado, o também opositor Andrés Velazquez, líder do partido Causa R (Radical) condenou a detenção, através do Twitter, vincando tratar-se de “uma amostra da rede de abusos e repressão do regime”.

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Pelas 3:43 horas locais (07:43 horas em Lisboa) o próprio Enrique Aristiguieta publicou uma mensagem no Twitter dizendo que as autoridades estavam à sua procura.

Enrique Aristeguieta Gramcko, 85 anos, é um duro crítico do regime venezuelano e o único integrante vivo da extinta Junta Patriótica, que em 1958 assumiu o poder após a queda do ditador Marcos Pérez Jiménez.

É também presidente da Grande Aliança Nacional (Gana), um movimento opositor do chavismo, que critica também a aliança opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD), acusando-a de servir o regime.

Na Venezuela são frequentes, através das redes sociais, mensagens de que o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, teria dupla nacionalidade, venezuelana e colombiana, a esar de a Constituição estipular que o Chefe de Estado não pode ser cidadão de outro país.

Em outubro de 2016 o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela divulgou uma sentença na qual afirmava que Nicolás Maduro tinha nascido em Caracas.