Depois do anúncio de que as “grid girls” iriam desaparecer das provas de Fórmula 1, os novos donos da Fórmula 1 (a Liberty Racing) anunciou esta segunda-feira que as modelos vão ser substituídas por crianças. A escolha será feita por federações nacionais que, em função do mérito ou por sorteio, vão indicar jovens pilotos de competições de kart.

A decisão de acabar com as “grid girls”, modelos contratadas para desfilar junto à grelha de partida, foi polémica. As próprias modelos acusaram as associações feministas — que eram contra a exposição das mulheres — de serem responsáveis pelo facto de perderem trabalho. Uma das mais famosas grid girls, Rebecca Cooper chegou a escrever no Twitter: “O inevitável aconteceu, a ‘grid girls’ vão desaparecer da F1. É ridículo que mulheres que dizem lutar pelos direitos de outras mulheres venham dizer o que as mulheres podem ou não fazer. Fazemos um trabalho que amamos e pelo qual somos bem pagas”.

O piloto alemão da Ferrari, Sebastien Vettel, também classificou a decisão de acabar com as “grid girls” de “ridícula”. “Há coisas que não têm de mudar e esta é uma delas. É uma boa tradição e não devíamos acabar com ela”, defendeu o piloto que foi quatro vezes campeão mundial pela Red Bull.

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Já o diretor de operações comerciais, Sean Bratches, justificou esta mudança como uma forma de “estar mais em sintonia” com a visão da Fórmula 1. Bratches defendeu que esta prática não é “adequada ou relevante nem para a Fórmula 1 nem para os fãs, antigos ou novos, de todo o mundo”. E acrescentou: “Embora a prática de usar ‘grid girls’ tenha sido frequente na Fórmula 1 há décadas, sentimos que esse costume não reflete os valores da nossa marca e está claramente em discordância com as normas da sociedade moderna dos dias de hoje”.

Fórmula 1 deixa de ter “grid girls” nas corridas, a partir desta época

A temporada de 2018 da Fórmula 1 começa no dia 25 de março, no Grande Prémio da Austrália.