Há 18 meses, Nick Foles, MVP (Most Valuable Player) da Super Bowl deste ano que venceu pelos Philadelphia Eagles, pensou em retirar-se do futebol americano. Tinha acabado de pedir a saída dos Los Angeles Rams por se sentir frustrado com o rumo que a sua carreira estava a levar. Aos 27 anos de idade, o quarterback ia abandonar o desporto e concretizar o seu sonho de ser um sacerdote cristão. Contudo, num dia de pesca e conversa com o seu cunhado, decidiu dar uma última oportunidade à sua carreira e aceitar um contrato de 7 milhões de dólares com os Kansas City Chiefs. Foi o primeiro dia do resto da sua vida.

Foles, nativo do Texas, teve uma carreira colegial notável pela Universidade do Arizona, acabando por ser transferido para oa Philadelphia Eagles na terceira ronda do Draft de 2012, onde acabou por dividir o papel de quarterback principal com Michael Vick nas duas primeiras épocas e com Mark Sanchez em 2014, que lhe roubou o lugar na segunda metade da época após Foles se ter lesionado.

Em 2015, Nick Foles assinou com os St. Louis Rams (que se viriam a mudar para Los Angeles), e onde a sua carreira começou a dar uma volta para pior. Apesar de ter começado 11 jogos a titular, Foles teve um registo de 4 vitórias e 7 derrotas, acabando por perder o lugar para Case Keenum. Em 2016, o clube anunciou o quarterback Jared Goff enquanto primeira escolha do Draft e Foles, percebendo que não iria ser titular, decidiu sair.

Assinou, então, pelos Kansas City Chiefs. As coisas não correram lá muito melhor. Aliás, até se pode dizer que correram bastante pior: Foles fez só três jogos, dos quais apenas um foi a titular. No final da época, o clube decidiu não renovar. A tentativa de revitalizar a carreira tinha falhado e Foles não tinha onde jogar — até que a sua primeira equipa bateu outra vez à porta.

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Os Philadelphia Eagles estavam à procura de um suplente para Carson Wentz, jovem prodígio e quarterback principal. Nick Foles, por se encontrar sem clube, ser barato, já ter estado na equipa e não ter grandes pretensões, era perfeito para o papel. E assim foi: durante 13 semanas, Wentz liderou os Eagles, que eram considerados a melhor equipa da NFL, e assinou performances que o tornavam favorito a vencer o prémio de MVP. Foles, conforme era suposto, não era mais do que um backup. À 14ª semana, Wentz lesionou-se. O backup teve de passar a ser o plano A — Foles assumiu as rédeas.

Os primeiros jogos enquanto titular dos Eagles, que foram os últimos três da temporada regular, não foram os melhores para Foles. Tanto que a equipa de Philadelphia deixou de ser considerada a melhor para passar a ser considerada presa fácil na fase dos playoffs. Contudo, algo fez “clique” no eterno suplente, que fez dois grandes jogos durante os playoffs, liderando a sua equipa nas vitórias frente aos Atlanta Falcons e aos Minnesota Vikings. Os Philadelphia Eagles estavam na Super Bowl. O que se passou depois é história: Nick Foles foi o melhor jogador da final da NFL, que os Eagles venceram por 41-33 frente aos favoritos New England Patriots, e tornou-se na nova sensação do futebol americano, substituindo Tom Brady.

Quanto ao futuro, ainda nada se sabe: Wentz está prestes a voltar de lesão e será, certamente, titular. Cabe a Foles saber se quer continuar nos Eagles — em conferência de imprensa o jogador disse ter “orgulho em vestir a camisola” da equipa –, arriscar-se a ser suplente ou tentar uma última vez enquanto titular numa outra equipa. Interessados não deverão faltar. Pode ser que a magia de Nick Foles na Super Bowl pegue.