José Avillez é um homem que já tem de tudo: estrelas Michelin (duas, no Belcanto, em Lisboa), restaurantes secretos (Beco Cabaret Gourmet, em Lisboa), um Bairro, um espaço Peruano, um Grand Prix de L’Art de la Cuisine, que venceu esta semana… Ora, o que é que pode faltar a alguém que já tem tanta coisa? A resposta é mais simples do que parece: pitas, essa espécie de sanduíche mutante do Médio Oriente que tantas vidas já salvou, principalmente no final da noite (ou no início da manhã), depois de uma noite de copos. O novo projeto do super-chef português já abriu, chama-se Pitaria e é o vizinho da frente do Bairro Avillez, em Lisboa.

“O chef Avillez acabou agora mesmo de sair, esteve cá a almoçar”, explicou ao Observador a responsável de comunicação do cozinheiro. Quem não estiver familiarizado com a dinâmica da vida na cozinha poderá imaginar que tudo o que o staff come são reduções, confits ou outro qualquer alimento de nome estrangeirado, mas a verdade é que depois de tantas horas de trabalho, aquilo que mais apetece é simplicidade e conforto. Foi com isto em mente que o chef e as suas várias equipas de cozinha desenvolveram este conceito novo (pelo menos para ele), que pretende ser “um ponto de encontro” para todos os que trabalhem no Grupo José Avillez… e não só: o cliente continua a ser o protagonista, dizem-nos.

A pequena cozinha da Pitaria. ©Diogo Lopes/ Observador

No pequeno espaço onde outrora morou uma loja de conservas nasce esta novidade, o restaurante mais descontraído que Avillez criou — “até tem bola de espelhos!”, ouviu-se por entre os clientes. Embalados por uma playlist mexida e muito animada, os clientes são convidados a viajar ao Médio Oriente, provando algumas das especialidades mais características daquela zona do mundo.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“O chef Avillez inspirou-se muito na forma de estar dessa cultura, na comida, nos hábitos. São pessoas muito festivas, com uma comida hiper-colorida e interessante”, explicou ao Observador José Barroso, cozinheiro que costuma ser enviado para todas as novas aberturas de modo a incutir “os padrões e a filosofia do Grupo José Avillez”.

José Avillez sobre o prémio Grand Prix de L’Art de La Cuisine: “É um orgulho tremendo”

O jovem chef, que acompanhou muitas das visitas que Avillez fez por essa zona do mundo, introduz a ementa explicando que a mesma foi pensada para ser simples, e que girasse em torno da pita. Existem sete, mas há duas em específico que se destacam: a Arais, que é uma pita prensada e que leva carne picada com especiarias, queijo, chouriço de porco preto, alface, pickles de nabo, cebola roxa e coentros; custa 7,50€; e a Sujuk, que leva salsicha arménia, alface, tomate, cebola roxa, pickles de nabo, cebla roxa e coentros (7,50€).

[Do “Mergulho no Mar” à “Horta da Galinha dos Ovos de Ouro”. Veja no vídeo quatro pratos marcantes de José Avillez]

[jwplatform OB7MfolZ]

Para acompanhar? Que tal uma dose de batatas fritas normais com za’atar (1,50€) ou doces (1,50€). No capítulo das sobremesas, pode encontrar uma baklava (sobremesa típica da região que leva massa filo e frutos secos) com natas frescas e flor de laranjeira, que custa 3€, ou um gelado de rosas com coco e pistáchio, a 3€.

A pita Sujuk é feita com salsicha arménia, alface, tomate, cebola roxa, pickles de couve e molho de alho e iogurte. Custa 7,50€. ©Diogo Lopes/ Observador

Sendo a “descontração” e o “divertimento” palavras de mote nesta Pitaria, não é de estranhar que encontre uma óptima oferta de cocktails (prove a Pitaroska, que leva vodka, beterraba e lúcia-lima e custa 5€) e até shots, bebida “muito típica” na cultura do médio-oriente e que aqui faz-se representar, por exemplo, sob a forma de um Pitarita (ou seja, uma margarita em copo pequeno), que custa 1,50€.

Resta sublinhar que a Pitaria tem serviço take-away e que funciona todos os dias das 12h à 1h (sexta e sábado encerra às 2h).

Pitaria
Rua Nova da Trindade, 11 M, Lisboa
Todos os dias, das 12h à 1h
(Sexta e sábado fecha às 2h)
Preço médo: 10€