O escritor moçambicano Mia Couto defendeu esta quinta-feira uma estratégia de dinamismo para promoção do Prémio Camões, quer dentro do espaço falante da lusofonia, quer fora desse espaço, e almejou um “reconhecimento internacional que ainda não tem”.

Mia Couto, autor de vários romances, que recebeu o Prémio Camões em 2013, falava na sede do Instituto Camões, em Lisboa, no âmbito do ciclo “Camões dá que falar”, que lotou o auditório desta instituição.

O autor de “Terra Sonâmbula” enquadrou as suas declarações, afirmando que o Prémio Camões “é uma grande iniciativa”, que se sentiu feliz por ter recebido o galardão, e que “faz sentido ter sido [este ano] entregue a Manuel Alegre”. Todavia considerou que “falta fazer qualquer coisa em conjunto, para o prémio ter prestígio e reconhecimento internacional que ainda não tem, até no seu próprio espaço”, o da lusofonia.

Couto afirmou que é “o momento de fazer um balanço em conjunto — quem organiza, os premiados e quem pertenceu aos júris” –, e defendeu uma maior participação, nomeadamente financeira, dos países africanos de língua oficial portuguesa, pois o galardão é suportado em partes iguais pelos Governos do Brasil e de Portugal.

“Há que investir para o Prémio Camões ter outra visibilidade, os africanos têm de ter outra atitude e participar no seu financiamento”, argumentou.

O autor da trilogia “As Areias do Imperador” afirmou que a notícia do vencedor do Prémio Camões “praticamente não existe no Brasil, onde não tem reconhecimento”, e, nos países africanos, prosseguiu, ganha destaque se for um africano o distinguido.

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