Rob Porter é um importante assessor e conselheiro de Donal Trump na Casa Branca e apresentou a sua demissão depois de as suas duas ex-mulheres denunciarem terem sido vítimas de abusos físicos e psicológicos enquanto foram casadas com ele.

Num comunicado divulgado pela Casa Branca na quarta-feira, Porter diz que “estas alegações escandalosas são simplesmente falsas. Eu tirei as fotos entregues à imprensa há 15 anos e a realidade em torno delas em nenhum caso está perto do que foi descrito”. E o assessor tem a “plena confiança” do presidente e do secretário-geral,  avançou a Casa Branca, que estaria a par desta suspeita, tanto que isso terá até contribuído para o atraso da autorização permanente de segurança que teria de ser concedida pelo FBI a Porter por ser funcionário da Presidência, de acordo com o New York Times.

Aliás, nessa altura, Rob Porter terá questionado mesmo a sua segunda mulher sobre o depoimento que fizera ao FBI e, durante o último ano, terá também tentado convencê-la a retirar um post que escrevera, em abril de 2017, no seu blog pessoal a denunciar os abusos de que fora vítima.

Na origem de tudo estão as declarações da duas ex-mulheres de Porter, Colbie Holderness and Jennifer Willoughby, que foram entrevistadas pelo Daily Mail. A primeira mulher de Porter, Colbie, disse ao jornal que ele “abusava verbal, emocional e fisicamente” e foi por isso que se separou. Também divulgou uma fotografia sua com um olho negro, alegando ter sido na sequência de um acto de violência de Rob.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Já Jennifer, a segunda mulher, denunciou abusos semelhantes, ainda que tenha defendido que Porter não devia demitir-se da Casa Branca.

Eu não quero estar casada com ele. Não recomendo a ninguém que case com ele. Mas quero que ele fique na Casa Branca. Considero impecáveis a sua integridade e capacidade de trabalho. E a maior parte dos problemas dele são pessoais e íntimos”.

Jennifer também revelou que, no início do casamento, Roy Porter justificava os acessos de raiva com o seu primeiro casamento que “tinha sido muito tóxico, cheio de discussões, acusações e manipulações”. Em junho de 2010, chegou mesmo a existir uma ordem de proteção porque Roy Porter não estava a cumprir o acordo de separação.

Aos 40 anos, Porter era visto como uma das figuras em ascensão na Casa Branca. O chefe de gabinete de Trump, John F. Kelly, começou por defender Porter quando surgiram as primeiras declarações sobre o caso, mas na quarta-feira à noite acabou por revelar-se “chocado” face aos novos factos conhecidos sobre a investigação. “Não há lugar para a violência doméstica na nossa sociedade”, declarou quando fez saber que tinha aceitado a carta de demissão de Roy Porter.