O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, pediu esta quinta-feira ao Governo que “desbloqueie” as verbas necessárias para a modernização da empresa de manutenção dos navios da Marinha Arsenal do Alfeite S.A., cujos trabalhadores se manifestaram em Lisboa.

“O que nós estamos aqui a dizer é que não se justifica que um investimento que esteja previsto não esteja desbloqueado para modernizar o Arsenal”, afirmou Arménio Carlos, em declarações aos jornalistas, após dirigir-se aos trabalhadores daquela empresa que hoje se concentraram frente ao ministério das Finanças, em Lisboa.

Arménio Carlos defendeu que o investimento na empresa permitiria a “criação de riqueza, mais emprego e um estímulo ao desenvolvimento da economia”.

De acordo com a administração da Arsenal, que tem 100% de capitais públicos, a empresa dispõe de 10 milhões de euros de capitais próprios considerados essenciais para investimentos de modernização e reequipamento industrial e tecnológica, visando aumentar a capacidade de manutenção e reparação de navios.

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Depois da concentração frente ao ministério das Finanças, em Lisboa, uma delegação de trabalhadores e o dirigente sindical Alexandre Plácido, do Sindicato dos Trabalhadores Civis das Forças Armadas, entregaram no gabinete da secretária de Estado da Administração e do Emprego Público uma resolução com as principais reivindicações.

Os trabalhadores da Arsenal do Alfeite, 494 atualmente, com uma média de idades de 48 anos, reivindicam também a aplicação do descongelamento das carreiras do setor empresarial do Estado.

Perante os trabalhadores, Arménio Carlos criticou o Governo pela falta de investimento na empresa, questionando se o objetivo do défice terá sido conseguido “à custa da falta de modernização” do Arsenal, responsável pela manutenção e reparação dos navios da Marinha portuguesa.

A contratação de mais 42 trabalhadores para a empresa já foi autorizada pelo secretário de Estado da Defesa Nacional, devendo o processo de recrutamento estar concluído no início do segundo semestre do ano. Os trabalhadores deslocaram-se depois ao Estado-Maior da Armada para entregar uma resolução manifestando preocupação face ao que consideram “sinais de hesitação” e pelo “facto de o volume de trabalho contratualizado em 2017 pela Marinha ter sido o mais baixo desde a passagem do Estaleiro a sociedade anónima, em 2009”.