Uma exposição com cerca de 50 desenhos e aguarelas da artista austríaca Maria Lassnig (1919–2014), que explorou o conceito de “consciência do corpo”, vai ser esta sexta-feira inaugurada, às 18:30, no Museu Vieira da Silva, em Lisboa.

De acordo com a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, a mostra é apresentada em colaboração com a Fundação Maria Lassnig, de Viena, na Áustria, e ficará patente até 21 de abril.

“Maria Lassnig – Ver não é tão importante como sentir” é o título desta exposição que tem curadoria de Antonia Hoerschelmann (The Albertina Museum, de Viena), Anita Haldemann (Kunstmuseum Basel, Museu de Arte de Basileia) e Johanna Ortner (Maria Lassnig Foundation), e pretende lançar uma luz renovada sobre a obra da artista austríaca, segundo a Fundação Vieira da Silva.

A seleção de peças que vai ser mostrada em Lisboa teve por base uma exposição organizada pelo The Albertina Museum, Viena, em colaboração com o Kunstmuseum Basel, Basileia.

Maria Lassnig criou imagens baseadas na sua própria perceção, sentimentos profundos e sensações físicas, tendo criado ao longo da carreira uma obra substancial nos campos da pintura e artes gráficas, em paralelo com incursões no cinema de animação e na escultura.

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Fundamental no trabalho de Maria Lassnig é o conceito de “consciência do corpo”, surgido da descoberta, de forma introspetiva, das sensações físicas, expressas através dos meios artísticos, nomeadamente autorretratos, um género com tradição na História da Arte no qual introduziu novas dimensões.

Lassnig é considerada uma das fundadoras da Arte Informal na Áustria, e uma pioneira da emancipação feminina no mundo artístico, decidindo fazer do seu corpo o foco da sua arte, e a sua obra foi também marcada pelo Expressionismo e o Surrealismo.

No final da década de 1960, Lassnig mudou-se para Nova Iorque, onde a sua obra foi influenciada pelo meio artístico da cidade e as posturas feministas, que a estimularam a explorar novas áreas, como o cinema de animação.

Foi a primeira mulher a receber o Grande Prémio do Estado Austríaco para as Belas Artes, em 1988, e, em 2013, foi galardoada com o Leão de Ouro de Carreira na Bienal de Veneza.

Realizou exposições individuais instituições como as Serpentine Galleries, em Londres, em 2008, o Museu Ludwig, em Colónia, em 2009, a Städtische Galerie im Lenbachhaus, em Munique, em 2010, e no MoMA PS1, em Nova Iorque, em 2014.