O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, classificou esta sexta-feira de “insultuosas” para a sua bancada as declarações do homólogo socialista Carlos César, que acusou os sociais-democratas de irresponsabilidade na votação dos órgãos externos.

“O PS é sempre muito rápido a apontar responsabilidades aos outros, mas tarda em reconhecer as suas. Estas declarações do líder parlamentar do PS são insultuosas para o grupo parlamentar do PSD e talvez explique muito daquilo que tem acontecido nestas eleições, em que o PS não consegue eleger as pessoas que indica”, afirmou Hugo Soares, em declarações à Lusa.

O parlamento falhou neste dia, pela terceira vez, a eleição do seu representante para o Conselho Superior de Segurança Interna: o deputado do PS Fernando Anastácio conseguiu apenas 106 votos, menos do que os dois terços necessários para garantir a eleição, que no caso seriam 133 votos favoráveis. Antes, por duas vezes, o deputado socialista Jorge Lacão já tinha falhado também a eleição para este órgão, feita por voto secreto.

“Ninguém pode garantir ao deputado Carlos César, que se apressou a insultar a bancada do PSD, que não tenham sido deputados do PS a não votarem no nome escolhido, tal como eu não posso garantir que tenham sido os deputados do PSD. Felizmente o voto ainda é secreto”, afirmou o líder da bancada do PSD.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Horas antes, o líder parlamentar do PS, Carlos César, tinha acusado o PSD de ter “subido mais um degrau” na irresponsabilidade no parlamento.

“O PSD subiu mais um degrau para o patamar da irresponsabilidade no parlamento. Aguardaremos pela eleição da sua nova direção para retomar este processo, para o qual é necessário dois terços dos votos, para ver se encontramos alguém no PSD que seja capaz de honrar a sua palavra”, afirmou Carlos César, numa declaração enviada à Lusa.

Em 13 de outubro, PS e PSD enviaram um comunicado conjunto à comunicação social no qual indicavam os candidatos para vários órgãos externos, entre os quais o Conselho Superior de Segurança Interna, a par de outros como o Conselho de Fiscalização do Sistema de Informação da República, o Provedor de Justiça ou o Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, estes entretanto eleitos.

O PSD tem um novo presidente eleito, Rui Rio, desde as eleições diretas de 13 de janeiro, e será empossado no Congresso que se realiza entre 16 e 18 de fevereiro, em Lisboa.

Sobre a atual liderança parlamentar, no final de janeiro foi divulgado um comunicado depois de uma reunião entre Rui Rio e Hugo Soares, no qual se expressava concordância entre ambos de que a direção da bancada na Assembleia da República deveria manter-se “na plenitude das suas funções” até ao Congresso, “remetendo-se apenas para essa altura a necessária análise política da questão”.