O líder do Partido Social-Democrata (SPD) alemão, Martin Schulz, renunciou esta sexta-feira ao convite para ser ministro dos Negócios Estrangeiros, não integrando, por isso, o novo governo de coligação da chanceler Angela Merkel. “Renuncio a integrar o Governo e espero que isso ponha fim ao debate interno”, anunciou Schulz num comunicado divulgado após ter sido alvo de críticas internas no SPD por ter aceitado assumir o cargo.

O acordo de coligação alcançado esta semana com a União Democrata-Cristã (CDU) de Merkel e a União Social-Cristã (CSU) de Horst Seehofer tem ainda de ser aprovado pelos militantes do SPD, numa votação que decorrerá entre 20 de fevereiro e 2 de março. “O debate em torno da minha pessoa ameaça o êxito da votação”, explicou Martin Schulz, acrescentando depois: “Fazemos política para as pessoas deste país, o que inclui colocar as minhas ambições pessoais atrás dos interesses do partido”.

Um dos principais críticos de Schulz foi Sigmar Gabriel, ex-líder do SPD e ministro dos Negócios Estrangeiros cessante. Gabriel explica que lhe foi assegurado que permaneceria no cargo alcançado que estava o acordo. “É lamentável ver até que ponto se perdeu o respeito entre nós, sociais-democratas, e o pouco que vale a palavra”, disse Gabriel ao Funke a propósito da convite a Schulz. Sigmar Gabriel também não figura entre os nomes avançados pela imprensa alemã para integrar o novo governo de coligação — no qual o SPD fica com seis ministérios: Finanças, Negócios Estrangeiros, Trabalho, Família, Justiça e Ambiente.

Recorde-se que Gabriel foi líder do SPD até ao princípio de 2017, altura em que cedeu a liderança a Schulz — que abandonou a presidência do Parlamento Europeu para ser candidato a chanceler nas eleições legislativas de setembro. No dia seguinte às eleições, Martin Schulz afirmou que não voltaria a um Governo chefiado por Angela Merkel.

Na quarta-feira, o ainda líder do SPD anunciou que abandonaria a liderança do partido após a votação dos militantes, cujo resultado é conhecido a 4 de março, e designou a líder parlamentar do SPD, Andrea Nahles, como sucessor.

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