A secretária de Estado da Modernização Administrativa, Graça Fonseca — que tinha sido a primeira governante a assumir publicamente a sua homossexualidade — elogiou este sábado o facto de o vice-presidente do CDS, Adolfo Mesquita Nunes, por este ter feito o mesmo, contribuindo para “‘normalizar o que muitos consideram anormalidade“. Na sua conta no Twitter, Graça Fonseca lembrou que o preconceito que existe contra os homossexuais vai desde o “mais prestigiado médico” ao “anónimo das caixas de comentários dos jornais online.” É por isso que, nesta luta, não importa ser os “primeiros ou segundos” ou se “são atuais ou ex do governo”. E remata. “Bravo Adolfo!

O vice-presidente do CDS assumiu a sua homossexualidade numa entrevista de vida publicada este sábado no Expresso. Na mesma entrevista, o vereador da Câmara da Covilhã conta que já durante campanha para as últimas autárquicas, quando era habitual mudarem-se cartazes vandalizados, recusou substituir um em que alguém escreveu “gay”. Estava localizado num cruzamento muito movimentado e durante vários meses passou por lá e viu a inscrição. Mas explicou à sua equipa que não iria mandar retirar, porque a acusação não era falsa.

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Num comício de campanha falou no tema perante mais de 400 pessoas. Disse que se fosse uma “calúnia”, se lhe chamassem “corrupto”, por exemplo, que mandaria retirar, mas como era verdade não o faria.

[“Estou-vos muito grato por me aceitarem como sou”. Veja neste vídeo os momentos mais marcantes do discurso de Adolfo Mesquita Nunes na Covilhã “a desafiar o preconceito”]

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Na entrevista publicada este sábado, Adolfo Mesquita Nunes desvaloriza a revelação que está a fazer:“É algo que faz parte de mim e com que convivo perfeitamente e com naturalidade”.

Também Graça Fonseca, secretária de Estado da Modernização Administrativa, tinha assumido a sua homossexualidade numa entrevista publicada em agosto no Diário de Notícias, justificando a sua afirmação de forma “completamente política”.

Graça Fonseca considera “importante” assumir homossexualidade

A governante, que já tinha sido vereadora de António Costa na Câmara de Lisboa, disse considerar “importante” haver personalidades a afirmar “publicamente que são homossexuais”. E explicou que “as pessoas perceberem que há um seu semelhante, que não odeiam, que é homossexual” pode ajudar a combater o preconceito:

Acho que se as pessoas começarem a olhar para políticos, pessoas do cinema, desportistas, sabendo-os homossexuais, como é o meu caso, isso pode fazer que a próxima vez que sai uma notícia sobre pessoas serem mortas por serem homossexuais pensem em alguém por quem até têm simpatia.”

Continuam a ser poucos os políticos que assumem abertamente a sua homossexualidade. Em 2011, o antigo líder da JSD e antigo deputado, Jorge Nuno Sá, foi notícia por ser o primeiro político português homossexual a casar.

[“Vivo muito bem assim” – veja na íntegra o discurso de Adolfo Mesquita Nunes, onde fala dos grafitis nos cartazes da sua campanha na Covilhã]

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