James Bloodworth é um jornalista e escritor inglês que passou um mês a trabalhar na empresa Amazon, uma das maiores plataformas de comércio eletrónico. Depois, relatou a experiência no livro “Hired: Six Months In Undercover Low-Wage Britain” (em português “Contratado: Seis Meses Infiltrado na Grã-Bretanha dos Baixos Salários”).

O jornal The New York Times publica um excerto do livro do jovem, que conta um episódio vivido nos armazéns da multinacional norte-americana. Segundo descreve o escritor e jornalista, o ambiente na empresa parecia “o de uma prisão”. “A maioria das regras estava relacionada com pequenos roubos. Poderia demorar 15 minutos para passar através de gigantes detetores de metal“, explica o jovem inglês no livro.

O tempo passado à espera que revistassem todos os trabalhadores não lhes era pago, explica James. A multinacional emprega cerca de 1200 pessoas que tinham um pequeno aparelho eletrónico para registar todos os passos que davam dentro da empresa. Ali, segundo conta James, até a hora de almoço é tardia.

“Eram seis e um quarto da tarde quando a sirene tocou para o almoço: um barulho muito alto saía dos altifalantes em todas as esquinas do armazém frio onde estávamos. Enquanto eu estava parado, com as mãos nos bolsos, um segurança fez-me sinal para por as mãos no ar. ‘Mexe-te, não tenho a tarde toda’, disse-me ele”, refere o escritor, citado pelo jornal norte-americano.

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Depois, aquilo que conta tem a ver com a logística da empresa, que parece não dar grande margem aos trabalhadores.  O tempo para ir dos armazéns à cantina é curto e exige algum tempo também, no fim da refeição, para regressar ao local de trabalho, onde “alguns gerentes nos apontavam para o relógio, caso estivéssemos uns 30 segundos atrasados, e nos perguntavam se tínhamos tido direito a uma hora de almoço maior”, acrescenta James.

Um mês a trabalhar na Amazon foi tempo suficiente para o jovem escritor e jornalista perceber que “regras não são regras” na multinacional norte-americana. A questão do tempo que é gasto dentro da empresa a andar de um lado para o outro, e que não conta para as horas de trabalho ao fim do mês, é apenas um dos muitos exemplos que James Bloodworth conta ao longo do livro, que vai ser publicado no próximo dia 1 de março.

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