A Fosun está perto de adquirir uma participação de controlo na Lanvin. O investimento na casa de moda francesa surge na sequência de problemas financeiros causados por uma queda nas vendas, segundo fontes próximas da operação, citadas pela agência Reuters.

O conglomerado privado chinês é um grande investidor na Europa. Em Portugal é dono da seguradora Fidelidade e o maior acionista do BCP, mas também já protagonizou aquisições em outros países, nomeadamente em França, como a compra do Club Med.

A Fosun estava a competir neste negócio com o fundo de investimento Mayhoola do Qatar, que é dono da marca italiana Valentino. Uma das fontes citadas pela Reuters adianta que a disputa estava renhida, mas que a Fosun conseguiu ultrapassar o outro investidor, tendo avançado com a oferta mais alta. De acordo com informação avançada pelo site de notícias de moda Fashion Network, a Fosun deverá investir mais de 100 milhões de euros na Lanvin, via a emissão de novas ações. As duas entidades não quiserem comentar.

Fundada em 1889, a Lanvin é uma das mais antigas e prestigiadas marcas francesas, muito associada ao chique parisiense. Mas sofreu um golpe quando em 2015 perdeu o seu estilista estrela, Alber Elbaz cujo trabalho está associado à reabilitação desta casa de moda. As vendas ressentiram-se e a empresa, que atualmente é controlada por uma milionária da comunicação social baseado em Taiwan, têm vindo a sofrer problemas de tesouraria.  Esperava-se que Shaw-Lan Wang injectasse fundos na companhia no ano passado, mas em dezembro a Lanvin admitiu que andava à procura de outras soluções, industriais e financeiras, que não envolvessem um aumento de capital. O negócio em cima da mesa deverá manter como acionista a milionária de Taiwan.

O interesse da Fosun na Lanvin segue-se a outros investimentos feitos por grupos chineses em marcas de luxo como a marca de sapatos Jimmy Choo.

A Fosun travou as grandes aquisições internacionais em 2015 depois da queda súbita da bolsa chinesa e perante as dúvidas dos analistas sobre a capacidade do grupo refinanciar a sua dívida que foi contraindo para alimentar os grandes investimentos feitos fora da China. O grupo tremeu quando o seu fundado foi dado como desaparecido, sabendo-se pouco depois que foi interrogado pelas autoridades chinesas no âmbito de investigações a casos de corrupção financeira. Guo Guangchong regressou aos negócio, tal como a Fosun que já em 2016 adquiriu uma participação no BCP onde é atualmente o maior acionista com 25,2%.

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