Em 2017, o Renault Zoe foi o automóvel eléctrico que os condutores europeus mais gostaram, tendo vendido mais de 31 mil unidades. É certo que o preço do utilitário francês é dos mais acessíveis e a possibilidade de alugar a bateria, em vez de adquiri-la, torna o investimento inicial ainda mais reduzido – ainda que deslocando para os custos de utilização esse mesmo aluguer –, mas isso não belisca a performance do Zoe, que com a sua bateria de 41 kWh anuncia 400 km de autonomia (NEDC), uma das melhores do mercado e um dos trunfos do modelo francês.

O segundo veículo no ranking das vendas, e com quase menos um terço do volume, é o BMW i3, substancialmente mais caro e também mais potente (170 e 184 cv, em vez de apenas 92 cv), mas com menos autonomia, limitado a 290 a 300 km (NEDC). O eléctrico alemão consegue a 2ª posição à custa do Nissan Leaf, cujas vendas desaceleraram fortemente na segunda metade do ano, com a proximidade da substituição pela nova geração, mas que continua a ser muito popular em todos os mercados, não só no europeu, como também no japonês e no americano.

O 4º lugar entre os mais vendidos na Europa traz uma surpresa, ao ser pertença do Tesla Model S, que não fica longe dos valores do BMW e do Nissan, apesar de custar entre três e quatro vezes mais e não ter uma rede de concessionários (entre vendas e assistência) à altura dos seus adversários. É mais caro, mas é igualmente o mais possante e o que tem maior autonomia. Logo atrás do carro americano, vem o Volkswagen e-Golf, o primeiro dos veículos que nasceram para utilizar motores a gasolina e diesel, mas que foi convertido para a motorização eléctrica. Não é dos mais baratos, mas a qualidade de construção fala por si e a bateria de 35,8 kWh assegura 300 km (NEDC), com o motor de 136 cv a assegurar alguma vivacidade.

O 6º mais vendido é o Model X da Tesla, que vende menos cerca de 3.000 unidades do que o Model S – mas que juntos colocam a Tesla quase na liderança – e é o SUV eléctrico que mais vende, partilhando os atributos e os defeitos do Model S. A seguir, no ranking, surge o Ioniq Electric, o Kia Soul EV e o Smart Fortwo ED, todos eles muito longe dos primeiros seis da lista.

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O ranking mundial traz surpresas

Se a lista dos eléctricos mais vendidos na Europa não traz grandes surpresas, além do surpreendente desempenho dos dispendiosos modelos da Tesla, já o mesmo não acontece no ranking mundial, onde quem lidera é um ilustre desconhecido, cuja denominação até é difícil de articular. Com 78 mil unidades, o eléctrico mais vendido no mundo é o BAIC EC. A explicação é que o modelo é chinês e este é o maior mercado do mundo, para veículos eléctricos e não só. O veículo não é apelativo, mas tem um preço reduzido e o apoio do governo, que promove a aquisição de veículos amigos do ambiente nas grandes cidades.

Mas se o BAIC é barato e lidera, o segundo carro a electricidade que mais vende em termos globais é exactamente o contrário: caro e luxuoso. Trata-se do Model S da Tesla, que ultrapassa a 54 mil unidades. Classifica-se à frente do Nissan Leaf e do Model X, surgindo na 5ª posição outro veículo chinês, o Zhi Dou D2. A seguir vem o Zoe, um desempenho surpreendente para um veículo que vende exclusivamente na Europa, o que não o impede de atingir valores respeitáveis à escala mundial. Neste ranking global, o BMW i3 está mais mais próximo do Zoe, uma vez que o eléctrico alemão vende igualmente nos EUA. Curiosamente, ambos batem o Chevrolet Bolt, cujas vendas ficam a anos-luz dos seus conterrâneos da Tesla.