O Mercado de Ferro de Port au Prince, o edifício mais emblemático da capital do Haiti, foi destruído por um incêndio na terça-feira, confirmou esta quarta-feira através da rede social Twitter o presidente do país, Jovenel Moise.

“O incêndio entristece-me enormemente. No meu pensamento estão todos aqueles que perderam o seu ganha-pão”, frisou o Chefe de Estado de um dos países mais pobre do mundo, lembrando que o Mercado funciona como um centro informal da economia do Haiti.

Jovenel Moise anunciou, entretanto, que a reconstrução do Mercado de Ferro será uma das suas prioridades da sua presidência. Será a terceira reconstrução do emblemático edifício, que foi devastado por outro incêndio em 2008 e arrasado pelo terramoto de janeiro de 2010.

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O incêndio de terça-feira, cuja origem está a ser investigada pelas autoridades policiais da capital haitiana, destruiu completamente as bancas e os produtos de 900 comerciantes, que na maioria esmagadora dos casos não tinham seguro. Segundo testemunhas, o incêndio começou numa pilha de lixo acumulado num baldio contíguo ao prédio histórico.

“Sem ajuda para refazer meu negócio, vou morrer de fome porque não tenho mais nada, e na minha idade não tenho como fazer outro trabalho”, declarou à agência EFE um comerciante de 75 anos, que passou toda sua vida trabalhando no mercado.

Dizimado por um incêndio em 2008 e pelo terremoto de 2010, o Mercado de Ferro foi construído nos anos 1890 em Paris. Projetado inicialmente para ser uma estação de comboios no Cairo, acabou por ser foi comprado pelo então presidente do Haiti Florvil Hyppolite, quando o Egito desistiu da compra.

Considerado o principal ex-libris da capital haitiana, o Mercado de Ferro foi primeiro prédio público a ser totalmente restaurado após o terramoto devastador de 2010, que matou 200 mil pessoas e destruiu mais de 300 mil prédios.