As alterações climáticas são o mote do Festival Internacional de Chocolate que abre portas em Óbidos no dia 23, para uma edição que, até 18 de março, pretende sensibilizar os visitantes para a proteção do planeta.
“Depois do que aconteceu este ano em Portugal, com os incêndios, a sociedade, de um modo geral, tem que se consciencializar da necessidade de mudar de atitude e entendemos que estes eventos são a oportunidade de alertar para a nossa obrigação coletiva”, disse à Lusa o presidente da Câmara de Óbidos, Humberto Marques.
Daí que a XVI edição do evento, que vai decorrer entre 23 de fevereiro e 18 de março, adote este ano o tema “Alterações climáticas” e seja marcada por “uma visão mais centrada na política ambiental e no objetivo de tornar todos os eventos que se realizam em Óbidos mais amigos do ambiente”, frisou o autarca.
Exemplo disso é o facto de, pela primeira vez, as grandes esculturas de chocolate que integram uma das exposições mais procuradas do certame, serem este ano “feitas com chocolate reciclado, usando as esculturas do ano anterior”.
Ou seja, explicou Humberto Marques, “das duas toneladas de chocolate que são usadas anualmente para as esculturas, 80% são recuperados para as novas esculturas”.
As dez esculturas que integram a exposição, e que estão a ser feitas pelo chef chocolatier Abner Ivan, pretendem ainda alertar para a relação causa-efeito do impacto do comportamento humano no Planeta, sendo o chocolate, segundo a organização, convertido “em 10 símbolos, que pretendem levar o visitante a refletir e a dar o primeiro passo neste caminho de mudança”.
O Panda, símbolo do WWF (World Wildlife Fund), espécie vulnerável devido à perda severa de biodiversidade ou o Urso Polar, cuja vulnerabilidade está relacionada com as repercussões do aumento da temperatura no seu habitat natural, são alguns dos exemplos patentes na exposição.
O público encontrará ainda, na galeria do Pelourinho, um espaço dedicado em exclusivo às alterações climáticas, onde marcam presença parceiros de outros países e onde poderá participar em ateliers de reciclagem ou visitar uma exposição de esculturas construídas com lixo marinho recolhido nas praias.
E para que “a mensagem chegue ao maior número de pessoas”, e sobretudo, segundo Humberto Marques, “à geração que tem realmente que fazer esta mudança”, a organização alargou este ano as entradas gratuitas a crianças até aos 11 anos, ao contrário das edições anteriores, em que as crianças passavam a pagar entrada aos sete anos.
Aberto de sexta-feira a domingo, em quatro fins de semana consecutivos, na Cerca do Castelo, o festival desafia as famílias a experimentar cozinha molecular, a assistir a oficinas de culinária no palco showcooking e assistir ao lançamento de novos produtos ou à construção e esculturas ao vivo, entre muitas outras atividades.
O Festival Internacional de Chocolate de Óbidos tem este ano um orçamento de 200 mil euros e mantém as entradas em 6,50 euros, mas, até domingo, está a decorrer uma campanha de venda antecipada de bilhetes, online, com um desconto de 30%.