O Novo Banco deverá apresentar prejuízos recorde relativos ao ano passado. O Expresso escreve que as perdas poderão chegar aos mil milhões de euros, por força de uma política mais agressiva de reconhecimento de perdas em ativos problemáticos.

Em causa estão os créditos e outros ativos “tóxicos” que foram assumidos pelo Fundo de Resolução, no quadro do acordo de venda do banco à Lone Star. Este reconhecimento de imparidades (perdas) reflete, por um lado, as exigências das autoridades europeias que querem limpar rapidamente o crédito malparado, mas também serve o objetivo do novo acionista que pretende acelerar o regresso aos lucros. O fundo americano que comprou o Novo Banco pode vender ao fim de três anos, tendo por isso pressa em rentabilizar o ativo, diz o Expresso.

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O reconhecimento de mais perdas deverá criar novas necessidades de capital no banco já este ano, ativando a cláusula no acordo de venda que prevê a injeção de recursos por parte do Fundo de Resolução, que é uma entidade pública. No entanto, as condições acordadas com a Lone Star também determinam que apesar deste ativos serem geridos pelo Novo Banco, a última palavra sobre a constituição de provisões para perdas é do Fundo de Resolução.

Certo é que o Governo já consagrou no orçamento uma almofada de 850 milhões de euros para a eventualidade de ter financiar o Fundo de Resolução numa nova injeção de capital no Novo Banco. O jornal ECO assegura entretanto que a injeção de capital público ficará abaixo desse limite. O Fundo de Resolução é responsável pela assunção de perdas até 3,89 mil milhões de euros nos ativos tóxicos que a Lone Star quis excluir da compra do Novo Banco, mas apenas no caso de estas perdas levarem a uma descida dos rácios que provoque necessidades adicionais de capital.

O Novo Banco deverá ser assim o único dos principais bancos nacionais a apresentar prejuízos relativos a 2017. Em 2016, a instituição perdeu 788 milhões de euros.