Tudo terá começado com um passageiro a pisar o chinelo do outro. Momentos depois, o cenário era descrito como “um banho de sangue”, com socos, pontapés a pessoas derrubadas, gritos e sangue.  A cena passou-se a bordo de um cruzeiro da Carnival, perto da Austrália, e acabou com 23 pessoas — todas pertencentes à mesma família — a serem expulsas do navio. Alguns passageiros dizem que os membros dessa família estavam à procura de sarilhos desde o primeiro momento em que subiram a bordo do cruzeiro. Mas um dos homens acusados de causar distúrbios acusa a segurança de perseguição.

As imagens, impressionantes, chegaram a uma rádio australiana e mostram seguranças e o que parecem ser membros da tripulação a pontapear violentamente um homem. Aos 45 segundo é visível uma mulher fardada a tentar impedir o autor das filmagens de registar os incidentes, um comportamento repetido mais tarde por outro homem, segundos mais tarde.

Vestidos com uniforme preto, uma equipa de seguranças pontapeia e esmurra um homem que está no chão — um dos que viriam a ser expulsos do navio. Seis homens e três adolescentes foram expulsos, o que levou à saída de mais 14 pessoas (que fazem parte da mesma família).

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A confusão terá começado pouco depois da meia-noite de sexta-feira, quando o navio Carnival Legend, cuja lotação máxima supera os 2.000 passageiros, estava a cerca de 140 milhas marítimas da costa australiana (perto de Jervis Bay, no Pacífico-Sul). A confusão levou a que a viagem tenha sido interrompida — o navio atracou no porto de Eden, segundo a notícia do New York Post, que cita o Nine News Australia.

As imagens chegaram à rádio 3AW, que conseguiu contactar Zac, um dos homens que foram expulsos do barco (depois de ter sido trancado no próprio quarto até que o barco chegasse perto do porto). Zac reconhece que se envolveu numa discussão com outro passageiros mas garante que o primeiro golpe foi desferido por um membro da segurança. “O primeiro murro foi dado por um segurança, que atacou não só a mim mas, também, a minha filha e a minha cunhada”, acusa Zac.

Outra versão dos acontecimentos é partilhada por várias outras pessoas que iam no barco. “Eles estavam à procura de sarilhos desde o primeiro momento que subiram a bordo do barco”, disse uma mulher que também seguia na mesma viagem. “Foi um banho de sangue”, diz uma outra passageira, que afirma que outros membros da mesma família já tinham ameaçado outros passageiros nos dias anteriores.

Foi horrível, com pessoas a gritar, a fugir a correr, outros a atirarem copos, tudo — foi um pesadelo”, diz Cindy Buglusi, uma passageira.

Quando foram transferidos para outro barco, centenas de outros passageiros vaiaram-nos.

O caso está a ser investigado pelas autoridades policiais mas ainda não há notícia de que as pessoas expulsas do navio tenham sido acusadas de algum crime. Em comunicado, a empresa Carnival diz que tem “uma política de tolerância zero no que diz respeito a comportamentos que possam perturbar outros passageiros”.

A empresa diz que o “staff bem treinado de seguranças a bordo tomaram medidas duras para controlar um pequeno grupo de viajantes que estavam a perturbar e a envolver-se em discussões a bordo”. Alguns passageiros pediram o reembolso da viagem, mas a Carnival apenas planeia oferecer um desconto de 25% numa futura viagem, aos passageiros afetados.

Há, pelo menos, um passageiro que não aceita essa compensação. Segundo um jornal australiano, um passageiro chamado Michael Barsoum está furioso com a companhia e quer ser indemnizado porque no exato momento em que a zaragata começou, ele estava a pedir em casamento a namorada, Mary. “Aquele momento especial está, agora, estragado para sempre”, acusa Michael, que quer o reembolso integral e não apenas um desconto de 25% numa futura viagem.