Seis hospitais do enclave rebelde de Ghouta oriental, arredores de Damasco, foram bombardeados nas últimas 48 horas, com três a ficarem inoperacionais e dois a funcionarem parcialmente, indicou esta terça-feira um responsável da ONU para a Síria.

“Na segunda-feira, cinco hospitais: o hospital Al-Marj, o hospital Saqba, a maternidade de Saqba e o hospital Al-Hayat, para além de um outro hospital em Douma, foram alvo de ataques, com três dos cinco hospitais fora de serviço e dois a funcionarem parcialmente”, referiu em comunicado Panos Moumtzis, coordenador regional do gabinete dos assuntos humanitários da ONU para a Síria.

“Hoje, um sexto hospital foi atingido na localidade de Zamalka”, acrescentou.

Em paralelo, a Sociedade médica sírio-americana (SAMS), referiu que o hospital de Arbine, situado na Ghouta oriental, ficou inoperacional após ter sido bombardeado, e atribuiu os ataques à aviação russa, aliada do regime.

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“O hospital de Arbine foi bombardeado por duas vezes e ficou fora de serviço”, afirmou Moussa Naffa, diretor regional do SAMS, organização que apoia os centros médicos na Síria. Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), o hospital foi atingido por bombardeamentos russos.

Esta hospital, um dos principais da região, tinha acolhido dezenas de mortos e feridos nos últimos dois dias, incluindo habitantes da localidade vizinha de Hammouriye.

Segundo o OSDH, mais de 100 civis, incluindo 15 crianças, foram mortas em Ghouta oriental, segundo a OSDH, elevando para 225 o número de civis mortos desde domingo.

As tropas de Damasco preparam-se para desencadear uma operação terrestre de envergadura contra este bastião rebelde, o último perto de Damasco, cercado desde 2015 e onde ainda permanecem 400 mil pessoas.

O regime pretende retomar o controlo de Ghouta para pôr termo aos disparos de ‘rockets’ dos rebeldes sobre Damasco. Esta terça-feira, segundo a agência oficial Sana, nove civis foram mortos e 498 feridos em bombardeamentos rebeldes sobre a capital.