A aliança de oposição Unidade Democrática (UD, antiga Mesa de Unidade Democrática), anunciou esta quarta-feira que não apresentará candidatos às eleições presidenciais antecipadas, previstas para 22 de abril, para não avalizar o que considera ser um processo ilegítimo.

“Não contem com a UD, nem com o povo para dar o aval ao que até agora é apenas um simulacro fraudulento e ilegítimo de eleições presidenciais”, explicou a oposição em comunicado.

No documento, divulgado em Caracas, a oposição começa por ratificar “a sua inquebrável vocação eleitoral e democrática” e sublinha que acredita “no voto como a mais poderosa ferramenta de expressão popular e de transformação social e política”.

“Estas não são umas eleições. O nosso objetivo é conseguir eleições de verdade. A Constituição exige-as e é para esse objetivo que vamos orientar a nossa luta. Em nome da imensa maioria dos venezuelanos, desafiamos o Governo de (Presidente Nicolás) Maduro a medir-se contra o povo em eleições de verdade”, explica.

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Segundo a oposição, a antecipação das eleições presidenciais não passa de um “show do próprio governo para aparentar uma legitimidade que não tem”, considerando que não há condições para a realização do escrutínio.

Para realizar o que designa de eleições sérias, a oposição exige que o Governo aceite um texto de acordo aprovado em dezembro último pelos ministros de Relações Exteriores da Bolívia, Nicarágua, São Vicente (escolhidos pelo próprio Governo venezuelano), México e Chile.

“Aí se estipula a realização de eleições no segundo semestre de 2018, a formação de um Conselho Nacional Eleitoral equilibrado, convidar missões de observação internacional independentes para todas as fases do processo, garantir o voto dos venezuelanos no estrangeiro, o acesso igual aos meios de comunicação públicos e privados”, acrescenta.

A oposição exige ainda que sejam revogados os atuais impedimentos legais a dirigentes políticos e que sejam feitas auditorias técnicas que assegurem “transparência e confiança” no processo.

No seu comunicado, a oposição convoca os venezuelanos a criar uma grande Frente Ampla Nacional, para organizar e articular as forças sociais e políticas, para “conseguir, este ano, eleições limpas e competitivas” e “resgatar a democracia como sistema político”.