Numa apresentação difundida através da página oficial da Volvo no Facebook, a marca sueca revelou hoje a sua nova V60, a carrinha do segmento médio com que pretende continuar a aliciar os condutores que não morrem de amores pelos SUV, o que – diga-se de passagem – são cada vez em menor número.

Mas o fabricante sueco tem grande tradição na produção de carrinhas, tipo de veículo que fabrica há seis décadas – durante as quais já comercializou mais de 6 milhões de unidades. Uma história longa, que deu os primeiros passos pela mão da Duett, de 1953, e que a Volvo faz questão de continuar a escrever. E com sucesso, acredita o CEO da marca, Hakan Samuelsson:

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Consciente de que os SUV estão na mó de cima, em matéria de popularidade – e para esses clientes, neste segmento, a Volvo oferece o XC60 –, o fabricante nórdico continua a acreditar que há espaço para carrinhas. Se é certo que possuem um menor volume interior e um aspecto menos robusto, característica tão apreciada por quem compra SUV, a realidade é que as carrinhas são mais baixas e mais leves, o que as torna mais ágeis e dinâmicas, cativando pois quem persegue um maior prazer ao volante. E, como se isto não bastasse, as carrinhas tendem a ser mais baratas do que os SUV equivalentes, com as diferenças de preço entre o XC60 e a V60, em igualdade de motorização, a serem por demais evidentes. Mas, já lá vamos.

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Estreia nova plataforma

A nova V60 recorre à mesma plataforma que já serviu para a concepção dos S, V e XC90, bem como do XC60. Denominada SPA, de Scalable Product Architechture, é uma solução moderna e, como tal, caracteriza-se pela possibilidade de oferecer a capacidade de crescer em largura e comprimento, permitindo-lhe cobrir vários segmentos.

A estética do novo veículo está em linha com os modelos mais recentes da marca, tornando-se evidente o esforço do construtor para a separar, tanto quanto possível, do XC60, com a carrinha a ser obviamente mais elegante e esguia.

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Pormenores como o pequeno apêndice aerodinâmico colocado sobre a tampa da mala (que pode ter accionamento e até ser aberto com o passar do pé sob o pára-choques), além de melhorar o aerodinamismo, conferem à nova V60 um toque mais dinâmico e desportivo.

A nova carrinha utiliza na frente suspensões McPherson, com braços inferiores triangulados, enquanto na traseira recorre a um eixo semi-rígido, em que o elemento elástico, ou mola, é uma lâmina transversal. Esta, para poupar peso, é produzida em material compósito e se como solução técnica não é a mais sofisticada, é sim a que menos espaço rouba na bagageira, assegurando ainda uma plataforma de carga plana.

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Consoante as versões, a V60 pode oferecer quatro modos de condução distintos, entre o mais confortável e o mais desportivo, que configuram de forma diferente o acelerador e a direcção, além do motor e da caixa de velocidades, se for automática. Caso o condutor o deseje, o modo individual permite administrar livremente quaisquer das regulações personalizáveis.

Simplicidade habitual, mas mais estilo

No habitáculo, a Volvo continua a apostar em soluções minimalistas, com a V60 a elevar a parada em matéria de materiais. Os bancos da frente são moldados, de forma a tornarem-se mais envolventes, enquanto na traseira foi privilegiado o espaço, em largura, para três adultos.

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O tejadilho panorâmico, disponível em opção, permite a entrada de luz, que pode ser controlada através da persiana interior, com os passageiros a poderem decidir qual a temperatura com que querem viajar, cortesia do controlo individual de ventilação com quatro zonas distintas.

Se no habitáculo o espaço abunda, a mala não lhe fica atrás, uma vez que a nova carrinha anuncia 529 litros de capacidade, um valor bem superior à V60 que ainda está à venda, que se ficava pelos 430 litros. Neste capítulo, a vantagem do novo modelo pode ainda ser ampliada com o recolher do tapa-bagagens e o rebatimento do assento posterior. E, para impedir que os objectos se desloquem livremente pela mala, ao sabor das curvas, a Volvo concebeu um sistema de delimitação do espaço, além de um alçapão sob o fundo da mala.

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Segurança ao nível dos pergaminhos da marca

No que respeita à segurança, a marca sueca não facilita e dotou a V60 com o Oncoming Collision Mitigation, com possibilidade de travagem, para evitar um embate iminente com um carro que venha de frente, em sentido contrário, e com o Oncoming Lane Mitigation, sistema que tenta evitar embates contra veículos que, inadvertidamente, tenham saído da sua faixa de rodagem e se aproximem perigosamente.

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Está igualmente disponível o tradicional Lane Keeping Aid, que vira o volante para que o veículo continue dentro da sua faixa de rodagem, o Run-off Road Mitigation (que tenta regressar à estrada em casa de despiste), o BLIS (detecção de ângulo morto) e o Driver Alert Control, que avisa o condutor quando começa a estar sonolento.

A função Pilot Assist, que passa a estar disponível na V60, prevê uma condução semiautónoma até uma velocidade de 130 km/h, desde que a marcação dos limites da faixa de rodagem seja evidente e não circulem outros veículos à frente.

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Motores de todos os tipos. E electrificada

A nova carrinha vai chegar ao nosso país em Setembro, o mais tardar em Outubro. Ou seja, pouco depois de ser conhecido o S60, o sedan desta série, que deverá ser conhecido algures a meio do Verão.

No seu lançamento no mercado, a V60 estará disponível com motores a gasolina e diesel. Neste último caso, a oferta vai limitar-se ao D3 e D4, versões que partilham o motor de quatro cilindros e 1.969 cc, que no D3 fornece 150 cv e um binário de 320 Nm. A versão D4 tem a mesma base, mas é mais potente e oferece mais força, atingindo respectivamente 190 cv e 400 Nm.

As unidades a gasolina vão estar presentes com as motorizações T5 e T6, ambas com dois litros de capacidade e quatro cilindros. O T5 oferece 245 cv e 350 Nm, enquanto o T6 sobe para 320 cv e 400 Nm.

A Volvo anunciou ainda que há mais motores a caminho, sendo um deles uma solução electrificada, muito provavelmente uma proposta PHEV (híbrida plug-in) similar à que já é disponibilizada pelo XC60, que assegura uma determinada autonomia, ainda que muito curta, em modo eléctrico.

Preços para a nova V60 ainda não há, embora fonte da marca tenha revelado ao Observador que a carrinha deverá ver o seu preço subir. Se muito, ou pouco, é algo que ainda teremos de aguardar para saber, tendo presente que a geração actualmente em comercialização é proposta por valores entre os 38 e os 82 mil euros, com a versão D3, com o motor turbodiesel de 150 cv, a estar neste momento à venda por cerca de 40 mil euros.

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