Um porta-voz da Defesa Civil Síria, os chamados “capacetes brancos”, comparou esta quinta-feira a uma “operação de extermínio” o bombardeamento, pelo regime, de Ghouta Oriental, um bastião rebelde nos arredores de Damasco.

Citado pela Associated Press, Siraj Mahmoud disse que os bombardeamentos têm atingido todo o tipo de alvos, incluindo escolas, hospitais, mercados, equipas de salvamento e zonas residenciais. “Toda a gente sabe que é um extermínio”, disse Mahmoud, numa gravação áudio enviada a vários jornalistas.

Segundo o porta-voz, quatro membros das equipas de busca e salvamento do grupo foram mortos desde que o regime intensificou os bombardeamentos, no domingo à noite.

As forças do regime de Bashar al-Assad prosseguiram esta quinta-feira a campanha de bombardeamentos sobre Ghouta Oriental, que visam aparentemente abrir caminho a uma ofensiva terrestre que permita ao regime recuperar o controlo da região, nas mãos dos rebeldes desde 2012.

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Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, pelo menos 47 civis morreram nos ataques realizados esta quinta-feira, totalizando 382 civis, entre os quais 94 crianças, mortos desde domingo.

Os ataques foram denunciados, entre outros, pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que pediu uma trégua imediata neste “inferno na terra” às portas de Damasco.

O Conselho de Segurança da ONU vai votar, possivelmente ainda esta quinta-feira, um projeto de resolução para a instauração de um cessar-fogo de 30 dias que permita o acesso à região, onde desde 2013 cerca de 400 mil pessoas vivem cercadas por tropas governamentais.