Os CTT afirmaram esta sexta-feira que a adesão à greve é “de 16%” e que a rede de atendimento “mantém-se em funcionamento a 100%, com todas as cerca de 2.300 lojas” e postos “abertos de norte a sul do país e ilhas”.

Os trabalhadores dos CTT — Correios de Portugal iniciaram a partir da meia-noite a segunda greve geral em dois meses, após dois dias de paralisação em dezembro, e realizam logo à tarde uma manifestação em Lisboa contra a falta de condições laborais.

Em comunicado, “os CTT informam que, tendo procedido ao registo no sistema de processamento de ordenados dos trabalhadores aderentes à greve, apurou uma taxa efetiva de adesão de 16% no conjunto das empresas CTT em que a greve foi convocada”, salientando que “estes são dados objetivos, não opinião mas sim medição”.

Segundo os sindicatos que promoveram a paralisação, a adesão à greve dos trabalhadores dos CTT no turno da noite dos Centros de Tratamento e Transportes de Lisboa e Porto foi de 70,63%, tendo ultrapassado as expectativas.

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Da parte dos CTT, a informação é de que “a distribuição postal continua a ser prestada durante o dia de hoje, não tendo esta paralisação cumprido o seu objetivo de interromper o serviço aos clientes”, bem como a rede de atendimento dos CTT, que “mantém-se em funcionamento a 100%, com todas as cerca de 2.300 lojas CTT e postos de correio existentes abertos de norte a sul do país e ilhas”.

Os Correios de Portugal preveem que, “com esta fraca adesão, que confirma as expectativas da empresa, a maioria da população não deverá sentir qualquer efeito da greve”.

No entanto, se houver algum constrangimento local, a empresa liderada por Francisco de Lacerda admite “realizar uma distribuição extraordinária de correio no sábado, 24 de fevereiro”, embora a necessidade da mesma não esteja ainda confirmada.

“Os CTT atribuem a fraca adesão a esta greve ao facto de a mesma não estar relacionada com as relações laborais, mas com uma motivação de natureza ideológica e, portanto, exterior ao funcionamento regular da empresa”, concluem.

Na origem da greve convocada pelos sindicatos está o Plano de Transformação Operacional dos CTT, que foi apresentado pela empresa em dezembro e que prevê a redução de cerca de 800 trabalhadores na área das operações em três anos e a otimização da rede de lojas, através da conversão em postos de correio ou do fecho de lojas com pouca procura.

A greve de 24 horas estende-se a todas as estações e espaços dos CTT do país e as ações são organizadas pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT), pelo Sindicato Democrático dos Trabalhadores das Comunicações e dos Media (SINDETELCO), pelo Sindicato Independente dos Correios de Portugal (SINCOR), pelo Sindicato Nacional Dos Trabalhadores Das Telecomunicações e Audiovisual (SINTAAV) e pela Comissão de Trabalhadores.