O diretor do Museu do Prado, Miguel Falomir, disse esta sexta-feira que “deve ser banido qualquer tipo de censura”, quando questionado sobre a retirada da obra “Prisioneiros políticos na Espanha contemporânea” da feira de arte contemporânea ARCO, em Madrid.

Falomir, que está em Tóquio para a abertura da exposição “Velázquez e a celebração da pintura”, reconheceu que a controvérsia o apanhou em trânsito para o Japão, mas assegurou que é “contra qualquer tipo de censura”, algo que “tem de ser banido, especialmente no mundo da arte e da cultura”.

A galerista Helga de Alvear retirou o trabalho de Santiago Sierra da ARCO, na quarta-feira, tal como lhe tinha sido solicitado pela Ifema — que abriga a feira de arte contemporânea –, que mais tarde se desculpou.

A série de 24 fotografias consiste em imagens pixeladas de “presos conhecidos”, como o líder da independência catalã Oriol Junqueras, jovens acusados de assaltar dois guardas civis em Alsasua (Navarra) ou ativistas do movimento 15M.

“Vimos nos últimos meses certas tentativas de censura no mundo da arte, [o] que é um fracasso inadmissível e intolerável no desenvolvimento das liberdades, que também inclui a liberdade de expressão, algo garantido na Constituição espanhola e na maioria dos sistemas jurídicos internacionais “, disse Falomir.

Nesse sentido, o diretor do Museu do Prado recordou a recente controvérsia sobre o pedido para que a tela “Thérèse Dreaming”, de Balthus (1938), fosse removida do Museu Metropolitano de Arte em Nova York, alegando que a obra “sexualizava” a menina protagonista (que aparece adormecida e a mostrar roupas íntimas).

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