14 de janeiro de 2018. A “casa dos horrores” é revelada, os 13 filhos acorrentados lá dentro são libertados e os pais responsáveis são detidos. É descoberto o caso que chocou a Califórnia, os Estados Unidos e o mundo, no último mês: Louise e David Turpin torturavam e mantinham os 13 filhos — com idades entre os 2 e 29 anos — em cativeiro na sua casa.

O casal ficou em prisão preventiva e foi ouvido quatro dias depois, a 18 de janeiro, e acusado de 38 crimes no total: 12 crimes de tortura, sete de abuso contra adultos dependentes, seis de abuso de menores e 12 de falso sequestro. David, o pai das crianças, foi ainda acusado de um crime de “ato obsceno a uma das crianças”. Os pais declararam-se inocentes mas permaneceram detidos com uma fiança de quase 10 milhões de euros cada um. O casal ficou ainda a saber que enfrentava uma pena “até 94 anos de prisão” se for condenado. No dia 24, de fatos pretos — e, no caso de Louise, de sorriso na cara — os pais voltaram a sentar-se nas cadeiras do tribunal para serem informados de que estavam proibidos de contactar os filhos.

[Veja no vídeo o estranho sorriso da mãe quando soube que seria impedida de contactar os 13 filhos]

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Esta sexta-feira, mais de um mês depois de o caso ter sido descoberto, o casal regressa para uma nova audiência, no tribunal de Riverside, marcada para as 13h30 locais (21h30 em Lisboa). O que vai acontecer? Além das novas descobertas sobre o caso que deverão ser divulgadas, os advogados de defesa e o procurador vão discutir alguns pontos. Desde logo, agendar uma data para uma audiência preliminar, nos próximos três meses, desde que a defesa não se oponha. A audiência preliminar determinará se há provas suficientes para justificar um julgamento. O procurador Kevin Beecham vai também solicitar formalmente à juíza do Supremo Tribunal Emma Smith que certifique alterações à queixa-crime apresentada, que ainda não foi arquivada pelo tribunal.

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São 13 filhos. Os pais biológicos são Louise, de 49 anos, e David Turpin, de 57. Têm idades entre os 29 e os 2 anos. Tudo aconteceu no número 160 da Rua Muir Woods, em Perris, cidade no condado de Riverside, na Califórnia — na casa que ficou conhecida por “casa dos horrores”. Foi a filha de 17 anos que salvou os outros 12 irmãos quando, na madrugada de 14 de janeiro, conseguiu fugir, alcançar um telemóvel e ligar para a polícia.  Este foi o cenário que a polícia encontrou: “Várias crianças acorrentadas às suas camas com correntes e cadeados, na escuridão e num ambiente com cheiros nauseabundos“, lê-se no comunicado emitido no dia seguinte.

Assim que foram libertados, os 13 filhos foram alimentados e internados em dois hospitais diferentes: os seis menores foram levados para um centro médico do Riverside University Hospital System, em Moreno Valley, e os sete filhos adultos para o centro médico regional de Corona, ambos na Califórnia. Mesmo tendo pedido aos assistentes sociais para ficarem juntos: os filhos adultos vão para um centro de assistência estatal, os menores de idade serão divididos em duas casas de acolhimento.h

Casa dos horrores: os 13 filhos não vão viver juntos e deverão ser impedidos de falar com os pais