Um estudo publicado na revista The Lancet Diabetes and Endocrinology defende que a diabetes devia ter cinco tipos e não dois, como a doença tem sido classificada.

Segundo a BBC, as conclusões são de um grupo de investigadores do Centro de Diabetes na Universidade de Lund (Suécia) e do Instituto de Medicina Molecular da Finlândia, que analisou o sangue de 14,775 doentes. Para os cientistas, a diabetes, uma doença metabólica caracterizada por uma subida dos níveis de glicose no sangue e que tem repercussões em todos os sistemas do corpo, é demasiado complexa para estar dividida em apenas dois grupos, como acontece atualmente.

A diabetes tipo 1 é uma doença do sistema imunitário — também conhecida por Diabetes tipo 1 Auto-Imune — que afeta as células produtoras insulina (células beta), provocando uma alteração dos níveis de açúcar no sangue. O doente é, por norma diagnosticado na infância e na adolescência, e torna-se dependente de insulinoterapia para sobreviver.

Já a diabetes tipo 2 — a forma mais frequente — está mais associada a um estilo de vida pouco saudável e é a gordura que afeta o funcionamento das células produtoras de insulina. Pode haver uma maior ou menor dependência de insulina, variando consoante os casos.

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Estes investigadores, contudo, defendem que se mantenha um grupo para as pessoas com diabetes tipo 1 e propõem dividir a classificação de diabetes tipo 2 em quatro categorias.

A segunda categoria (Diabetes deficitária em insulina), à semelhança dos doentes do grupo 1, abrange pessoas novas, com um peso saudável e que têm dificuldade em produzir insulina, mas nada tem a ver com o sistema imunitário. De acordo com Leif Groop, especialista em diabetes e endocrinologia que liderou o estudo, estes pacientes precisam de insulina “quase tão cedo quanto os [doentes com diabetes] tipo 1”, lê-se no The Guardian.

A terceira categoria (Diabetes com forte resistência à insulina) inclui doentes, por norma, com excesso de peso e que, apesar de produzirem insulina, o corpo não responde à mesma. Há uma forte probabilidade de estes pacientes terem doenças hepáticas e renais. Na quarta categoria (Diabetes relacionada com obesidade), por sua vez, estão as pessoas obesas, mas sem muitas alterações a nível metabólico. Na quinta e última categoria (Diabetes relacionada com a idade), estão os pacientes que não são tão afectados pela doença e em que os sintomas surgem apenas numa idade já avançada.

Os investigadores suecos e finlandeses referem ainda que será possível criar um tratamento específico para cada um dos cinco tipos de diabetes.

A BBC refere ainda que a diabetes afeta um em cada 11 adultos a nível mundial e aumenta o risco de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral (AVC), cegueira, falência renal e e amputação de um membro.