A Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) reclamou esta quarta-feira medidas excecionais e imediatas do Governo para ajudar os agricultores da região a enfrentar o “aumento insustentável de prejuízos acumulados” devido à seca.

Num comunicado enviado à agência Lusa, a federação diz que “reclama do Governo medidas de caráter excecional”, porque a “situação de seca extrema” vivida no Alentejo, “independentemente” da chuva e das previsões meteorológicas, “já causou danos irreparáveis na agricultura da região”.

A FAABA “reconhece o esforço do Ministério da Agricultura na tomada de algumas medidas para minimização dos efeitos da falta de chuva, mas considera premente a tomada de medidas excecionais, articuladas e com sustentabilidade, com agilização prática no terreno”.

Por isso, refere, numa reunião da FAABA com as suas associadas “foi decidido enviar, com caráter de urgência, uma missiva ao Ministério da Agricultura a solicitar medidas imediatas de apoio que acautelem o aumento insustentável de prejuízos acumulados”.

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No setor pecuário, alerta, além da “escassez de água” para abeberamento dos animais, “as reservas de palha e feno para o gado ou já se esgotaram ou estão quase a esgotar-se e as pastagens naturais não existem”.

“Esta conjugação de fatores conduziu ao aumento exponencial das despesas por parte dos produtores pecuários, muitos dos quais, em desespero de causa, já tiveram de se desfazer de parte do seu efetivo”, lamenta.

Como tal, “os agricultores alentejanos entendem que deverá ser concedida uma ajuda de caráter excecional, designadamente aos produtores pecuários” e “reclamam a atribuição de um montante financeiro, a fundo perdido, em função da espécie pecuária, calculado com base nas necessidades alimentares de cada espécie”, refere o comunicado.

A FAABA sublinha que “a atual linha de crédito não se adequa à realidade da região”, já que os montantes disponibilizados são “muito reduzidos” e os prazos de amortização do crédito “curtos” e há “falta de informação ou de sensibilidade por parte da banca, a qual, tanto quanto se sabe, ainda não efetuou qualquer operação ao abrigo desta medida”.

Já na área do regadio, “o prolongado período de seca extrema fez disparar as despesas relacionadas com o consumo de água e energia”, situação que, “além de comprometer a qualidade e a quantidade da produção, já reduziu drasticamente as margens brutas das várias culturas”, alerta.

A FAABA “considera que se mantêm atuais as propostas já anteriormente apresentadas” e reclama do Ministério da Agricultura a adoção de medidas de caráter excecional, designadamente a isenção da taxa de recursos hídricos por parte do setor agrícola e a viabilização do preço da água de Alqueva para os perímetros confinantes”.

A federação também “propõe, para a atual campanha, a manutenção do preço da água [de Alqueva] nos valores do ano passado” e pede, como “medida de caráter geral”, que “seja concedida a dispensa e o deferimento do pagamento de contribuições à Segurança Social”.