Donald Trump aceitou encontrar-se com Kim Jong-un em maio, para discutir a desnuclearização da Coreia do Norte. O anúncio de que o presidente norte-americano tinha aceite o convite do líder norte-coreano foi confirmado ao princípio desta madrugada de sexta-feira em Portugal, na Casa Branca, pelo Conselheiro de Segurança Nacional da Coreia do Sul, Chung Eui-yong.

Antes tinham sido fontes oficiais da Casa Branca a confirmar ter recebido o convite de Pyongyang para falar sobre o fim dos testes de mísseis nucleares. O local da reunião ainda não foi divulgado.

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O ponto de encontro não é a única questão que está a gerar forte curiosidade e alguma especulação. É altamente provável que o governo norte-coreano queira agendar esse encontro em Pyongyang, mas questões de segurança na cidade tornar essa opção “impossível”, avança a CNN, citando Adam Mount, da Federação dos Cientistas Americanos.

E poderá Kim Jong-un viajar até Washington? O certo é que o líder norte-coreano não saiu do país desde que tomou posse e é muito difícil imaginar um encontro a meio caminho, em terreno neutro, como por exemplo na Europa ou até na China. Um cenário avançado pela mesma CNN indica que o encontro poderia decorrer na zona desmilitarizada e altamente protegida na fronteira entre as duas Coreias. Está, aliás, agendado para o próximo mês de abril um encontro entre os presidentes Moon Jae-in e Kim Jong-un, na Casa da Paz Panmunjom, que poderá ser uma antecâmara para essa decisão. Também falta saber quem, além de Trump e Kim, irá participar na cimeira em maio.

As reações de Trump…

Trump reagiu no Twitter dizendo que o encontro “está a ser planeado”, que “estão a ser feitos grandes progressos”, mas que as “sanções se vão manter até ser alcançado um acordo” e que até lá lá não pode haver “testes de mísseis”. Mas foi o próprio presidente norte-americano que surpreendeu os jornalistas da Casa Branca para lhes anunciar que ia haver um anúncio importante da Coreia do Sul.

A possibilidade de conversações entre EUA e Coreia do Norte sobre a desnuclearização norte-coreana tinha sido abordada no histórico recente encontro entre as duas Coreias.

Para os norte-coreanos, o ‘sim’ de Trump a este encontro com Kim Jong-un é encarado como uma grande vitória. Jeffrey Lewis, professor no Instituto de Estudos Internacionais de Monterey, ouvido pela CNN, explica que a Coreia do Norte “tem andado desesperada desde a administração Clinton para conseguir a visita de um presidente norte-americano, isto tem sido uma prioridade diplomática do país há anos”. O interesse nos EUA é tanto que, estreia em breve na Coreia do Norte um filme, também de produção norte-coreana, com o presidente Trump.

… e outros comentários

O chefe da diplomacia norte-americana, Rex Tillerson, também comentou o anúncio sobre a cimeira nuclear entre os dois líderes: “não foi nenhuma surpresa nesta decisão”, declarou aos jornalistas, em Djibouti, a sua última paragem pela viagem que está a fazer em África. Tillerson acrescentou que “foi uma decisão tomada pelo próprio presidente” Trump, depois de “ter o assunto em mente há já algum tempo”.

Também o ministro dos Negócios Estrangeiros russo reagiu em Moscovo, esta sexta-feira, classificando a cimeira, que decorrerá ao mais alto nível, entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, como um “passo no sentido da normalização” da situação na península coreana.

Vemos o encontro como um passo no bom caminho. Acabámos de tomar conhecimento do encontro. Esperamos que se realize”, afirmou Serguei Lavrov numa conferência de imprensa em Adis Abeba, Etiópia.

Lavrov acrescentou que a cimeira é “sem dúvida necessária para normalizar a situação na península coreana”. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aceitou o convite do líder da Coreia do Norte para iniciar uma ronda de negociações sobre o programa nuclear norte-coreano.