Foi há quase um ano, em Setembro de 2017, que a Jaguar surgiu com um E-Type zero emissões, trocando o motor de seis cilindros que animava o clássico por um pack de baterias que o reconvertia em eléctrico. Depois disso mais nada, até que, em Maio passado, a marca britânica voltou a ser falada pelo mesmo motivo, pois o único protótipo construído do E-Type Concept Zero foi posto ao serviço do príncipe Harry e de Meghan Markle, com os duques de Sussex a usarem o modelo logo após o casamento real, para cumprirem o trajecto que liga o Castelo de Windsor, de onde saíram, à Frogmore House.

Que carro era aquele onde seguiram Harry e Meghan?

As reacções terão sido tantas e tão boas, segundo a Jaguar, que a marca decidiu arregaçar as mangas e avançar com a reconversão do clássico. O anúncio foi feito no âmbito da Monterey Car Week, onde o E-Type Concept Zero voltou a ser exibido.

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Ficámos impressionados com a reacção positiva ao protótipo E-Type Zero. Poder aproveitar os clássicos no futuro é uma das metas da Jaguar Classic”, disse o director da divisão de Clássicos da Jaguar, Tim Hannig.

O construtor britânico não adiantou quaisquer especificações técnicas, nem o preço pelo qual será proposto o E-Type Zero, informações que remete para mais tarde, embora antecipe desde já a entrega das primeiras unidades reconvertidas para o Verão de 2020. Foi, inclusivamente, criado um email para que os potenciais clientes possam manifestar o seu interesse em adquirir “o eléctrico mais bonito do mundo”.

A meta de Coventry é oferecer um modelo com até 274 km de autonomia (não foi especificado em que ciclo, se NEDC ou WLPT), cortesia de um motor eléctrico alimentado por uma bateria de 40kWh, que pode ser recarregada em seis a sete horas. A bateria ocupa o local que dantes estava reservado ao seis cilindros e tem praticamente o mesmo peso e dimensões do antigo XK 3.8. Já o novo motor eléctrico, com 229 cv, surge no lugar onde antigamente estava a caixa manual de quatro velocidades do Série 1.

A mecânica acaba por acusar menos 80 kg sobre a balança, com esse ganho no peso a ser combinado com uma estrutura que praticamente não é mexida, o que leva a Jaguar Classic a dar duas garantias. A primeira é que, embora eléctrico, este E-Type comporta-se como o clássico que lhe serve de base. É mais rápido (0 a 100 km/h em 5,5 segundos), mas trava e curva como o modelo original, mantendo a experiência de condução nessa linha. A segunda é que, a qualquer altura, o cliente pode voltar atrás. Ou seja, depois de reconverter, nada impede a retirada do sistema de propulsão eléctrica, devolvendo ao E-Type a motorização (convencional) com que originalmente saiu de fábrica.

Em termos de alterações, a estética mantém-se intocada, salvo nos faróis LED que passam a embelezar o mítico E-Type. Por dentro, desaparece a caixa de velocidades, que é substituída por um comando giratório, à semelhança daquilo que é hoje habitual ver nos Jaguar (e Land Rover) modernos. Simultaneamente, a instrumentação passa a ser digital, havendo a possibilidade de montar ao centro um sistema multimédia.