O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) pediu esta sexta-feira a demissão do Procurador-Geral da República e do comandante da polícia da Guiné-Bissau, após a suspensão do recenseamento eleitoral pelo Ministério Público.

“Para o PAIGC, o momento atual é de extrema gravidade e exige responsabilização política e criminal, razão pela qual o Procurador-Geral da República e o comissário-geral da Polícia de Ordem Pública devem ser imediatamente demitidos”, refere, em comunicado divulgado à imprensa, o PAIGC.

No comunicado, o PAIGC exorta também a comunidade nacional e internacional a “continuarem a seguir de forma atenta o desenrolar destes casos urdidos sob a batuta do senhor Presidente da República e dos seus aliados políticos”.

“Tendo em conta que mais de 90% de potenciais eleitores já foram recenseados, o PAIGC defende que deve ser declarado findo o recenseamento eleitoral para que o senhor Presidente da República, assumindo as suas responsabilidades, marque eleições”, pode ler-se no comunicado.

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O PAIGC sublinha também que “nada, nem ninguém, por mais manobras e agressões que levarem a cabo” poderá “travar o processo conducente à realização de eleições legislativas, porque o povo guineense na sua esmagadora maioria está consciente e determinado a lutar pela manutenção do Estado de Direito democrático”.

Na quinta-feira ao final do dia, o Ministério Público divulgou um despacho a ordenar a suspensão do recenseamento eleitoral em curso no país e a colocar forças de segurança no Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral no âmbito de uma investigação que está a fazer por suspeitas de fraude.

A investigação teve início na sequência de uma queixa apresentada por um grupo de partidos políticos, onde está incluído o Partido de Renovação Social (segunda maior força do país e que faz parte do atual governo em funções no país), terem apresentado uma queixa no Ministério Público por alegadas irregularidades no processo de recenseamento.

As eleições legislativas na Guiné-Bissau estavam inicialmente marcadas para dia 18 deste mês, mas dificuldades na preparação do processo, nomeadamente atrasos no recenseamento eleitoral, levaram ao adiamento do escrutínio.

Em declarações feitas sexta-feira aos jornalistas, o ministro da Presidência e do Conselho de Ministros afirmou que estão recenseados cerca de 93% dos eleitores guineenses.