Em outubro de 2018, o apelido Schumacher ganhou um novo nome próprio que não Michael. Mick, o filho mais novo do heptacampeão de Fórmula 1, tornou-se campeão europeu de Fórmula 3, entrou para a alta roda do desporto automóvel e motivou de imediato as comparações inevitáveis com o pai. Três meses depois, o alemão de 19 anos acrescentou mais um patamar ao currículo e tornou ainda mais evidentes as ligações com o percurso de Schumi: Mick assinou contrato com a Ferrari, a equipa que levou o pai a cinco dos sete campeonatos do mundo que ganhou, e vai integrar a Ferrari Driver Academy 23 anos depois de Michael ter deixado a Benetton Renault para se juntar à scuderia italiana.

“Estou entusiasmado por a Ferrari ter iniciado uma parceria comigo e pelo facto de o meu futuro no desporto motorizado ser de vermelho, enquanto parte da Ferrari Driver Academy e também da família Scuderia Ferrari. (…) Podem ter a certeza de que farei tudo para extrair tudo o que me possa ajudar a alcançar o meu sonho, correr na Fórmula 1. É mais do que óbvio que a Ferrari tem um grande lugar no meu coração desde que nasci e também nos corações da minha família, por isso estou encantado, também a nível pessoal, com esta oportunidade”, disse o piloto alemão, citado pelo comunicado divulgado pela Ferrari, que revela ainda que Schumacher vai integrar as sessões de preparação da próxima temporada já esta semana.

Mick, que vai competir no Campeonato de Fórmula 2 na próxima época, esteve este fim de semana na Race of Champions, no México, onde chegou à final da Cup of Nations ao lado de Sebastian Vettel, em representação da Alemanha (os dois pilotos perderam com a equipa nórdica, formada por Tom Kristensen and Johan Kristoffersson). Foi exatamente à margem do evento que Vettel, atual piloto principal da Ferrari, foi chamado a comentar o futuro de Mick. “Se vai ser a estrela do futuro? Acho que sim. Deem-lhe tempo, ele já tem pressão suficiente. Deixem-no fazer a cena dele, deem-lhe tempo e depois logo se vê o que acontece”, defendeu o alemão, que esta temporada vai voltar a tentar disputar o título mundial de Fórmula 1 com Lewis Hamilton.

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A opinião de Vettel, aliás, corrobora a de um outro alemão, também ele campeão do mundo de Fórmula 1. Por altura do 50.º aniversário de Michael Schumacher, nos primeiros dias do ano, Nico Rosberg alertou para a pressão extrema que está a ser colocada nas costas de Mick. “Já é duro o suficiente que toda a Alemanha tenha os olhos postos nele. É importante que não perca o entusiasmo ao volante. Desejo que alcance tudo aquilo que se proponha a alcançar, e se um dia isso for a Fórmula 1, então será muito bonito”, disse o antigo piloto da Mercedes à Dpa. Afinal, Rosberg sabe do que está a falar: numa modalidade que assenta em gerações e dinastias, Nico e o pai, Keke, tornaram-se apenas os segundos pai e filho da história a sagrarem-se campeões do mundo de F1 (um em 2016, o outro em 1982). Antes, apenas os britânicos Graham e Damon Hill o tinham conseguido (1962/68 e 1996).

Mick deixou os “pseudónimos”, mostrou os genes de Schumacher mas não abdica de escrever a sua história