Um bombeiro da corporação de Torres Vedras foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeitas de fogo posto e deverá ser esta quarta-feira presente a tribunal para primeiro interrogatório, disseram várias fontes à agência Lusa. A PJ deteve ainda um outro homem, de 39 anos, em Alfândega da Fé, que queria mostrar que era o primeiro a chegar ao combate e, assim, ser promovido a adjunto de comando. Terá ateado, pelo menos, sete fogos este verão.

O bombeiro era sempre o primeiro a chegar ao terreno e chegou a ser comandante de operações enquanto não chegava um responsável superior hierárquico. Os incêndios de Alfândega da Fé consumiram cerca de 110 hectares de floresta, e ficou esta quinta-feira sujeito a apresentações diárias às autoridades da área de residência, disse fonte judicial.

“O suspeito fica ainda proibido de frequentar zonas agrícolas, mato, floresta ou adquirir materiais suscetíveis de provocar incêndios. Caso tenho algum em sua posse terá de o entregar à GNR”, indicou a fonte à Lusa. O bombeiro ficou suspenso de funções, referiu.

O detido foi esta quinta-feira presente a primeiro interrogatório judicial no Tribunal Mogadouro ao início da tarde e vai aguardar julgamento em liberdade.

Já o suspeito detido em Torres Vedras tem “cerca de 38 anos de idade” e mais de 20 de profissão, disse à Lusa o comandante dos bombeiros, Fernando Barão. Trabalhava desde há três anos na secção da Silveira da corporação e foi detido esta semana pela Polícia Judiciária.

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Fonte judicial disse à Lusa que o Tribunal de Torres Vedras decretou prisão preventiva para o bombeiro. O suspeito foi presente a primeiro interrogatório judicial ao final do dia de quarta-feira e vai aguardar julgamento em prisão preventiva.

No último ano, deflagraram “dois a três incêndios” junto à habitação do suspeito, tendo o próprio alertado os bombeiros. Os indícios de fogo posto foram comunicados pela corporação à GNR, adiantou Fernando Barão. O maior consumiu cerca de um hectare, sem provocar vítimas ou outros danos.

Fonte da GNR confirmou à Lusa que, no último ano, as autoridades “reuniram indícios” de fogo posto que recaíam sobre o bombeiro e comunicaram-nos à PJ. Em junho, o bombeiro voltou a ser suspeito de novo fogo posto. “Ele estava de serviço e ausentou-se para ir a casa de um familiar, e pouco tempo depois deflagrou aí um incêndio junto da casa”, tendo sido identificado pela GNR, disse o comandante da corporação.

De acordo com a mesma fonte, o suspeito foi detido esta semana pela PJ, à qual terá confessado os crimes. O caso “é triste e revoltante”, referiu Fernando Barão, adiantando que o alegado comportamento do bombeiro “põe o nome da associação em causa”. “Se se comprovar esse comportamento, só tem de ser responsabilizado pelos seus atos”, acrescentou. O bombeiro está suspenso de funções.