786kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Morreu Rogério Pipi, o antigo avançado do Benfica que fazia a diferença dentro e fora de campo

Este artigo tem mais de 4 anos

Foi um dos melhores avançados de sempre do Benfica no período pré-Eusébio, esteve 12 anos nos encarnados, destacou-se por ser um jogador e homem diferente. Rogério Pipi morreu aos 97 anos.

Rogério Lantres de Carvalho, mais conhecido como Rogério Pipi, tem o recorde de golos em finais da Taça de Portugal
i

Rogério Lantres de Carvalho, mais conhecido como Rogério Pipi, tem o recorde de golos em finais da Taça de Portugal

Rogério Lantres de Carvalho, mais conhecido como Rogério Pipi, tem o recorde de golos em finais da Taça de Portugal

Foram mais de 300 jogos nos anos 40 e 50, com um total de 204 golos. Rogério Lantres de Carvalho representou outros clubes mas foi um dos maiores avançados de sempre do Benfica com alguns números que nem Eusébio alcançou, como os remates certeiros em finais da Taça de Portugal. Jogava muito, marcava mais mas fazia também a diferença fora de campo, onde a educação e a forma de vestir aprumada lhe valeram a alcunha pela qual ainda hoje é conhecido, Rogério Pipi. Morreu após fazer 97 anos este sábado, em Lisboa, cidade onde nasceu.

Rogério Pipi: “Nem o Eusébio marcou mais do que eu nas finais da Taça”

Rogério Pipi iniciou a sua carreira no Chelas, tendo chegado ao Benfica em 1942 onde cumpriu um total de 12 anos, até 1954, com uma passagem ainda fugaz pelo Campeonato brasileiro onde jogou no Botafogo que procurava ter mais adeptos entre os emigrantes portugueses que iam para o Vasco da Gama (voltou também mais cedo devido à gravidez da mulher). Ao todo, o extremo e avançado que jogava com a camisola 10 e preferia estar mais como interior conquistou três Campeonatos, seis Taças de Portugal, um Campeonato Regional e uma Taça Latina – troféu que entretanto deixou de ser “oficial” mas que foi o primeiro título internacional das águias, com o Bordéus –, com mais de 300 jogos e 200 golos entre os quais 15 só em finais da Taça de Portugal (ainda hoje recorde). Acabaria depois a carreira no Oriental, onde conquistaria ainda um Campeonato da 2.ª Divisão.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Curiosamente, aquele que ainda hoje é considerado como o melhor avançado de sempre do Sporting e um dos maiores goleadores portugueses de sempre, Fernando Peyroteo, foi o primeiro a reconhecer-lhe o jeito para a bola:  depois de acabar a 4.ª classe foi trabalhar para o Grémio das Carnes, no Rossio, onde estava também o dianteiro leonino, e destacou-se num encontro amigável que tinha sido organizado com mais pessoas numa espécie de jogo de “casados e solteiros”. Peyroteo não teve dúvidas: mesmo não sabendo aí que jogava no Chelas, quis levá-lo para o Sporting. No entanto, até por ouvir o coração encarnado, Rogério não teve dúvidas em rumar ao Benfica quando soube do interesse daquele que foi o seu clube de sempre desde miúdo.

Rogério Pipi marcou 15 golos em finais da Taça de Portugal, incluindo um hat-trick frente ao Sporting

D.R.

“Por quê ‘Pipi’? Isso foi uma ideia do Gaspar Pinto e do Francisco Albino no balneário do Benfica. Eu tinha 19 anos, e era o novato, o miúdo. ‘Temos que dar uma alcunha ao miúdo…’, ouvia-os eu a cochichar. ‘É o Espinha, que ele é alto e magrito, e parece-se com uma espinha!”, disse o Albino. E eu: ‘Não, não…’, vão lá chamar isso a quem quiserem, mas a mim não. ‘Então és o Pipi, já que andas sempre todo engravatado, e todo penteadinho; és o Pipi!’. Nem me importei. A verdade é que eu gostava de me vestir bem, e era bem parecido, ia na rua e toda a gente me conhecia: ‘Olha o Pipi! Vai ali o Pipi do Benfica!”. Se as raparigas também? Uiiiii, sim, as raparigas também… [Risos]”, explicou numa entrevista ao Observador sobre a sua alcunha, em maio de 2015.

Na mesma conversa, o avançado recordou o regresso do Brasil com 50 contos que lhe serviram para comprar um carro e a saída do Benfica. “O dono do concessionário disse-me que, se quisesse, poderia ser um bom vendedor. “’Você é futebolista, toda a gente sabe quem você é, tem boa ‘lábia’, não quer vir para cá?’, perguntou-me ele. E fui. Fui vendedor a vida toda. Ganhei muito dinheiro. Por cada furgoneta que vendia, ganhava um conto e quinhentos. Um dia, o José Luís Vicente, ali da Rua Morais Soares, comprou-me dez furgonetas. Ganhei um dinheirão! Depois veio o Otto Glória. Nunca tive nenhum atrito com ele, até desejou que ficasse. Mas o tipo quis profissionalizar toda a gente, dois treinos por dia e tal, a ganhar uma bagatela. Ora bem, ganhava mais como vendedor num dia do que o Benfica me pagava num mês. Por isso, saí e fui para o Oriental”, disse, após sete anos a conciliar.

“Foi com profunda tristeza e pesar que o Benfica e os seus milhões de sócios, adeptos e simpatizantes tomaram conhecimento do muito triste falecimento de um dos maiores símbolos do nosso clube, Rogério Carvalho (Pipi).
Uma das Glórias que ficarão para sempre na nossa História e na memória de quem durante as décadas de 1940 e 1950 teve o privilégio de assistir às suas exibições de sonho, daquele que é um dos nossos maiores goleadores de sempre e recordista de golos em finais da Taça de Portugal, em que durante 13 épocas no nosso clube conquistou dez troféus, com destaque para a histórica Taça Latina. Em meu nome pessoal e de todos os Órgãos Sociais do Benfica, apresentamos à família e a todos os seus amigos as mais sentidas e comovidas condolências, por um de nós, que para sempre ficará imortalizado na História e no coração de todos os benfiquistas”, destacou a mensagem de Luís Filipe Vieira, presidente dos encarnados, publicada no site oficial do clube.

O velório realiza-se este domingo a partir das 17h na Igreja São João Brito, em Alvalade. O funeral será amanhã, segunda-feira, com a missa de corpo presente a partir das 10h antes de ir para o cemitério do Lumiar.

Assine por 19,74€

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Assine por 19,74€

Apoie o jornalismo independente

Assinar agora