Os trabalhos do julgamento do caso de Alcochete e da fase de instrução do caso de Tancos coincidiram pela primeira vez no Tribunal de Monsanto, que recebeu esta quarta-feira a 21.ª sessão da invasão à Academia tendo mais dois ex-jogadores a falar por Skype como testemunhas do Ministério Público: Lumor e Salin.

[O resumo do dia 20 do julgamento do caso de Alcochete]

Dia 20 de Alcochete. A resposta na Madeira, a chamada de aviso, o “Please don’t leave me” de Dost e o pedido de desculpas

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“Eram umas 15 ou 20 pessoas. Os adeptos entraram no balneário e começaram a bater nos jogadores todos. Tentámos pedir desculpa e implorar para pararem, mas eles não quiseram saber, não adiantou. A mim nenhum me bateu”, começou por dizer o lateral esquerdo ganês que está agora cedido por empréstimo aos espanhóis do Maiorca depois de já ter passado também pela Turquia (Goztepe), citado pelo jornal Record. Mais tarde, questionado pelo advogado de Bruno de Carvalho, Miguel A. Fonseca, sobre exemplos de jogadores que tivessem implorado pela vida, Lumor apontou um caso em específico: “Lembro-me do William Carvalho, é o único de que me recordo”.

[O resumo do dia 19 do julgamento do caso de Alcochete]

Dia 19 do caso Alcochete. A versão de Wendel que contraria Jesus, a fivela do cinto e o ‘Eu conheço-te’ de William

“Estava sentado atrás do Misic. Um deles tirou o cinto e começou a bater-lhe em várias partes do corpo. O balneário estava cheio de fumo e foi difícil ver mas apercebi-me que o Bas Dost tinha um ferimento na cabeça e estava coberto de sangue”, salientou, dizendo que o indivíduo terá tirado o cinto da sua cintura no balneário. “O William disse ‘Por favor, desculpa'”, completaria mais tarde, neste caso em português.

[O resumo do dia 18 do julgamento do caso de Alcochete]

Dia 18 de Alcochete. Pontapés a Dost, Taça como um furúnculo na reunião surreal, bilhetes no OLX e uma saída emocionada

“Já nem consigo ver um filme com violência até ao fim. Depois do que aconteceu tinha medo de sair à rua e não conseguia dormir bem. Tive receio que pudesse acontecer algo mais”, contou ainda o lateral, que respondeu não ter pedido em nenhuma ocasião que não queria falar com Bruno de Carvalho depois da invasão. “O relacionamento com o presidente era normal. Depois dos incidentes nunca mais falámos”, concluiu, numa fase onde já tinha referido que não poderia demorar muito mais tempo no depoimento para não chegar atrasado ao treino.

[O resumo do dia 17 do julgamento do caso de Alcochete]

As 4 horas de depoimento de Jesus: o soco, o cinto e o grande arrependimento de ter jogado a final da Taça

Meia hora depois do final do depoimento de Lumor, devido a problemas na ligação, também Salin falou por Skype. O guarda-redes francês que esteve duas temporadas em Alvalade antes de rumar ao Rennes no início da presente época admitiu que tem alguns lapsos de memória sobre o dia mas, em francês, recordou alguns desses momentos.

[O resumo do dia 16 do julgamento do caso de Alcochete]

O depoimento explosivo de Rui Patrício: o corte de relações com Bruno, a recusa de 500 mil euros e o email da suspensão

“Eu estava num canto do balneário. Vi pessoas com a cara tapada, não estavam de todo contentes. Viraram-se sobretudo ao Rui Patrício e ao William Carvalho. Tentei meter-me no meio, consegui segurar um e acalmei-o, mas estavam mais dois ou três ao lado mas já não consegui fazer nada porque foi tudo muito rápido. Estava muito fumo no balneário mas recordo-me de ver um garrafão de água também a voar pelo ar”, começou por dizer.

[O resumo do dia 15 do julgamento do caso de Alcochete]

Dia 15 de Alcochete. Medo de Coates, alarmes de Battaglia e as reuniões com gritos, questões pessoais e tom intimidatório

“Nessa altura não senti um verdadeiro medo mas depois a situação mudou porque a pressão é maior nos guarda-redes. Antes dos jogos sentia receio. A bola é pequena, pode estar húmida, pode deslizar das mãos… Se assisti às agressões? Na verdade não vi nenhuma porque quando fui ter com esse indivíduo tudo o resto passou-se nas minhas costas. Vi depois o Bas Dost com um ferimento e o treinador a sangrar. Tive uma branca depois, também fiz por me esquecer do que se passou porque a vida continua”, revelou o guardião que passou por Naval e Marítimo.

[O resumo do dia 14 do julgamento do caso de Alcochete]

Alcochete. As ameaças de morte recordadas por Acuña e Battaglia, as agressões e o “hijo de puta”