Foi a 6 de Fevereiro de 2018 que a SpaceX lançou para o espaço um Tesla Roadster da primeira geração, que desde então orbita em volta do Sol. O lançamento serviu sobretudo para testar o Falcon Heavy, o maior dos foguetões jamais construído pelo homem, depois dos Saturn V que levaram os astronautas americanos à Lua, mas com capacidade para ir mais longe e mais barato. No compartimento de carga do voo inaugural, além de alguns instrumentos de medição, para reunir elementos para programar futuras deslocações, seguia um Roadster de 2008, que na essência era um chassi de Lotus Elise importado de Inglaterra sem motor de combustão, posteriormente electrificado pela Tesla na Califórnia.

Ao fim de dois anos no espaço, a cápsula do Falcon Heavy que contém o Roadster continua a orbitar em volta do Sol, interceptando a órbita de Marte duas vezes por ano e aproximando-se da Terra. O programador Ben Pearson mantém um site que acompanha o trajecto da nave da SpaceX, a qual, segundo ele, já percorreu 1600 milhões de quilómetros nos dois anos no espaço, o que numas contas rápidas aponta para uma velocidade média ligeiramente superior a 91.300 km/h, transformando este Tesla no carro mais rápido do mundo.

Este é, de longe, o carro mais rápido do mundo

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Tal como acontece com a Terra e os restantes planetas, a velocidade do Roadster não é constante, aumentando quando está mais longe do Sol e diminuindo quando se aproxima, o que curiosamente acontece quando se aproxima do nosso planeta. Por estes dias, a cápsula com o Roadster cruzou-se com Marte relativamente próximo – em termos espaciais, é claro, pois nunca estiveram a menos de 155 milhões de quilómetros.

O eléctrico da Tesla está quase a meio da segunda órbita em torno do Sol. De acordo com Pearson, o Tesla passará relativamente próximo da Terra em 2091, ainda assim sem possibilidade de marcar uma revisão ou uma breve visita à oficina, pois estará a alguns milhares de quilómetros de distância. Nem se sabe se, hoje, o Roadster ainda está fixado no topo da cápsula. Tem-se contudo a certeza que exposto directamente ao Sol, sem a protecção da atmosfera terrestre, os raios ultravioleta têm degradado rapidamente o Tesla. A pintura terá sido a primeira a desaparecer, seguida dos plásticos, incluindo faróis e farolins, bem como tudo o que é borrachas e tecido, sobretudo o utilizado nos cintos de segurança e assentos. Até é bem possível que o Starman, o boneco sentado ao volante, já nem esteja a bordo.