435 cv e uma força bruta de 900 Nm disponíveis logo às 1250 rpm: estes são os atributos da mais recente versão do motor V8 TDI que estava ao serviço do Audi A8, denominado 60 TDI. Mas apesar da potência elevada e da força descomunal logo a partir do ralenti, o imponente V8 turbodiesel vai ser retirado da oferta. Pelo menos, nos mercados europeus.

Em questão está o facto de, a partir de 1 de Janeiro de 2021, todos os motores novos terem de respeitar a nova norma de emissões Euro 6d, mais exigente do que a actual (Euro 6d Temp), o que colocou o grupo alemão perante um dilema complicado: ou investia uma fortuna para tornar o motor mais limpo ou retirava os modelos que o utilizam do catálogo. Face ao reduzido número de unidades vendidas nos últimos tempos, a segunda opção foi considerada a melhor e por vasta margem.

Entre outras melhorias, os motores que queiram passar a Euro 6d têm de se equipar com filtro de carvão activado, a fim de absorverem o benzeno que é libertado para a atmosfera a partir do depósito de combustível e das ligações ao motor. Se até aqui eram analisados os gases libertados durante 24 horas, com o veículo exposto a determinadas temperaturas, a partir de Janeiro o teste é de 48 horas. Além disso, o regulador – a União Europeia – quer ter acesso aos consumos e emissões de todos os veículos em condições reais de utilização, ainda que não se tenha decidido qual vai ser o método. E, atendendo ao diferencial existente entre os consumos/emissões reais e os anunciados, mesmo em WLTP, os motores de grande capacidade vão ter problemas acrescidos.

Além do A8, também os Audi SQ8 e SQ7 perdem o seu ponta de lança a gasóleo, o mesmo acontecendo com o Touareg da VW e o Bentley Bentayga. O lugar do enorme V8 TDI será partilhado, segundo os clientes, pelo V6 TDI com assistência eléctrica, ou até pelas motorizações a gasolina híbridas e, sobretudo, híbridas plug-in, como já acontece na Porsche.

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